Arábia Saudita condena "graves violações" cometidas por Israel em Jenin

A Arábia Saudita condenou hoje as "graves violações" cometidas pelo exército de Israel na operação militar na cidade de Jenin, na Cisjordânia ocupada, que matou 12 palestinianos, um soldado israelita e provocou mais de 100 feridos.

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© Nasser Ishtayeh/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
05/07/2023 11:14 ‧ 05/07/2023 por Lusa

Mundo

Jenin

Num comunicado na conta no Twitter, o Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita "condena e denuncia a escalada israelita nos Territórios Palestinianos Ocupados, sendo a última a agressão contra a cidade de Jenin, que causou a morte de vítimas inocentes e feridos".

O ministério saudita expressou "sinceras condolências" às famílias das vítimas, bem como ao governo e ao povo palestiniano, e desejou uma rápida recuperação aos feridos pela operação militar israelita, a maior lançada por Israel na Cisjordânia desde o fim da Segunda Intifada, há quase duas décadas.

Terça-feira, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, defendeu a necessidade de "completar a missão" na zona, com o objetivo de "erradicar o terrorismo" das milícias palestinianas. 

"Não permitiremos que Jenin volte a ser um bastião do terrorismo", disse Netanyuahu, enquanto o primeiro-ministro palestiniano, Mohamad Shtayeh, afirmou que "é o povo palestiniano que tem o direito à autodefesa", um direito que "uma potência ocupante não tem".

A declaração de Riade surge quase uma semana depois de o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ter afirmado que o aumento da violência na Cisjordânia -- ainda antes da operação militar em Jenin -- tornou "muito mais difícil, se não impossível", os esforços de Washington para promover um acordo de normalização das relações diplomáticas entre Israel e a Arábia Saudita.

Entretanto, e terminada a operação militar israelita, com a retirada dos soldados da região, os residentes do campo de refugiados de Jenin, bastião histórico palestiniano situado no norte da Cisjordânia ocupada, começaram a regressar hoje às suas habitações e relataram a destruição de casas e de ruas.

Cerca de três mil residentes abandonaram o campo de refugiados na madrugada de segunda-feira quando se intensificou a operação militar de grande escala, terrestre e aérea, contra o território habitado por palestinianos. Calcula-se que vivem no campo de refugiados cerca de 20 mil pessoas. 

Tratou-se da maior campanha militar de Israel na Cisjordânia desde a Segunda Intifada (2000-2005) em que participaram mil soldados, apoiados por aviões de combate. 

O Exército israelita confirmou hoje de manhã que se retirou da zona, depois do início da saída das tropas durante a última noite.

Muitos residentes optaram por ficar no campo apesar dos apelos em sentido contrário da organização de apoio humanitária palestiniana Crescente Vermelho, afirmando que sabem "o que é para um refugiado abandonar" o local onde se encontra.

O campo de refugiados de Jenin está povoado de famílias palestinianas que foram obrigadas a fugir dos locais de origem em 1948, data da fundação do Estado de Israel. 

Leia Também: Forças israelitas lançaram gás lacrimogéneo em hospital de Jenin

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