As maiores manifestações anti-Suécia estão a decorrer na cidade oriental de Lahore e em Karachi, a maior cidade do país, e em Islamabade, onde advogados com cópias do Alcorão protestaram em frente ao Supremo Tribunal, enquanto os fiéis que se encontravam à porta das mesquitas realizaram pequenas manifestações, exigindo o corte das relações diplomáticas com a Suécia.
Um grupo de cristãos minoritários do noroeste do país também realizou uma manifestação para denunciar a queima do Alcorão.
Os apoiantes do principal partido islamista radical do Paquistão, Jamaat-e-Islami Pakistan, estão a realizar manifestações em todas as principais cidades do país, incluindo Lahore, Karachi, Peshawar e Quetta, para denunciar a queima do Alcorão.
A indignação tem vindo a crescer nos países muçulmanos desde que, na passada quarta-feira, um homem identificado pelos meios de comunicação social suecos como um cristão do Iraque queimou o Alcorão no exterior de uma mesquita em Estocolmo, por ocasião da festa de Eid al-Adha.
Os líderes muçulmanos na Suécia também lamentaram o incidente.
No entanto, num discurso televisivo proferido quinta-feira perante os deputados, Sharif questionou a razão pela qual as autoridades suecas permitiram que o exemplar do Alcorão fosse queimado.
Hoje, na conta pessoal na rede social Twitter, Sharif instou os compatriotas a enviarem uma mensagem forte à Suécia, através de comícios e manifestações.
"Quando se trata do Alcorão, a nação é uma só. Vamos todos protestar hoje em todo o país sob o título de Dia da Santidade do Alcorão e depois das orações de sexta-feira", apelou.
Imran Khan, o antigo primeiro-ministro que foi substituído por Sharif em abril de 2022, após a sua destituição através de uma moção de desconfiança no Parlamento, também lançou um apelo semelhante para protestos.
No entanto, os seguidores de Khan, Sharif e de outros partidos estão a realizar protestos separados em todo o país.
Entre os manifestantes anti-Suécia encontra-se o partido radical Tehreek-e-Labiak Pakistan (TLP), que já organizou comícios violentos para condenar a profanação do Islão e do Profeta Maomé.
O TLP quer o boicote a todos os produtos da Suécia e o corte das relações diplomáticas até que o responsável pela queima do Alcorão seja punido.
O partido radical ganhou destaque nas eleições de 2018 no Paquistão, fazendo campanha com base na defesa da lei da blasfémia do país, que prevê a pena de morte para quem insultar o Islão.
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