Um operador de câmara do programa norte-americano 'Expedition Unknown', Brian Weed, recordou uma conversa que teve com o CEO da OceanGate, Stockton Rush, durante uma submersão de teste feita há mais de dois anos.
O responsável da empresa foi uma das cinco vítimas mortais do desastre do mês passado com o desaparecimento do 'Titan', e, segundo recorda Weed sobre o teste feito, em maio de 2021, a atitude deste em relação "à segurança básica" do submersível foi "espontânea".
Citado pelas publicações internacionais, o operador de câmara do programa, que explora eventos lendários e cidades perdidas, referiu que teve uma conversa "muito estranha" com Rush durante a viagem.
Durante o teste, terão havido problemas mecânicos e com a comunicação no submersível, o que fez com que a viagem tivesse de ser interrompida - o que terá deixado Rush "perturbado".
Tal como foi conhecido na altura do desastre, em junho, Weed explicou que o CEO lhe disse que havia "quatro ou cinco dias de oxigénio a bordo", explicação perante a qual o operador lhe perguntou: "E se não forem encontrados?"
A resposta inquietante surgiu de seguida: "Estás morto de qualquer forma".
"Pareceu algo muito estranho de pensar e pareceu uma atitude niilista em relação a viver ou morrer no meio do oceano", explicou, acrescentando: "Aquele mergulho fez-me sentir desconfortável com a ideia de ir até aos destroços do Titanic naquele submersível".
Citado pela imprensa norte-americana, Weed explicou que a ideia do CEO da OceanGate, empresa que, na quinta-feira, suspendeu todas as operações de "exploração e comerciais", era "se estás por aí e ninguém te encontra em tantos dias, vais só morrer de qualquer forma - acabou para ti, por isso o que é que importa se não conseguires sair do submersível por ti".
Devido a razões de segurança, Weed desistiu do mergulho completo, tal como outras caras conhecidas já admitiram que o fizeram - como o YouTuber Mr. Beast ou o ator Ross Kemp. Também o empresário português Mário Ferreira 'escapou' a esta tragédia, tendo, na altura do acidente, revelado que cancelou a ida.
Nesta tragédia morreram. para além do CEO do submersíve, o empresário e explorador Hamish Harding, o empresário paquistanês Shahzada Dawood e o filho, Suleman Dawood, e também o especialista no Titanic Paul-Henri Nargeolet.
Decorre agora uma investigação sobre as circunstâncias que causaram a implosão do veículo subaquático durante a sua descida em direção ao Titanic, o luxuoso navio naufragado em 1912 na sua viagem inaugural, após embater num icebergue.
A operadora cobrou a cada um dos passageiros 250.000 dólares (229.000 euros) para participar na viagem. A implosão do Titan tem levantado questões sobre a segurança de operações de exploração subaquática privadas.
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