"É uma decisão difícil, adiámo-la" por algum tempo, mas era "a coisa certa a fazer", disse o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, em conferência de imprensa.
Sullivan afirmou que o Presidente norte-americano, Joe Biden, tomou a decisão em consulta com aliados e após uma "recomendação unânime" da sua administração.
O conselheiro assegurou ainda que os ucranianos deram garantias "por escrito" sobre a utilização que darão a estas armas para minimizar "os riscos que representam para os civis".
A decisão surge apesar das preocupações generalizadas de que as controversas munições de fragmentação possam causar vítimas civis.
Sullivan disse que as munições que os Estados Unidos entregarão à Ucrânia têm uma taxa de não explosão - ou seja, as que permanecem no solo e por detonar -- inferior a 2,5%, indicando que haverá muito menos cartuchos não detonados que podem resultar em mortes não intencionais de civis.
Por outro lado, as bombas de fragmentação que a Rússia supostamente usou têm uma taxa de não explosão de 30 a 40%, de acordo com Sullivan.
Mais de uma centena de países, incluindo membros da NATO como a França e a Alemanha, opõem-se ao uso de bombas de fragmentação e ratificaram a Convenção sobre Munições de Fragmentação, da qual a Ucrânia, a Rússia e os Estados Unidos não fazem parte.
Sullivan também indicou que a Ucrânia não se deverá juntar à NATO no final da cimeira de Vilnius, marcada para a próxima semana, mesmo que essa questão seja levantada durante o evento.
Kiev "ainda tem muitas etapas a percorrer antes de se tornar um membro" da Aliança Atlântica, disse.
Antes da confirmação por parte da Casa Branca, o secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou-se hoje contra o uso de munições de fragmentação.
"O secretário-geral apoia a Convenção sobre Munições 'Cluster', que, como sabem, foi adotada há 15 anos. Ele quer que os países atuem de acordo com os termos dessa convenção. E, como resultado, é claro, ele não quer que haja um uso contínuo de munições 'cluster' no campo de batalha", disse o vice-porta-voz de Guterres, Farhan Haq, no seu 'briefing' diário à imprensa.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
[Notícia atualizada às 20h29]
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