Na habitual conferência de imprensa diária, o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, afirmou que a posição da Rússia "é absolutamente compreensível e consistente" e que a adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) "exigirá [de Moscovo] uma resposta suficientemente compreensível e firme".
"Constituirá também uma ameaça absoluta para o nosso país, o que exigirá uma resposta clara e firme da nossa parte", insistiu, sem especificar que tipo de reação terá a Rússia nessa eventualidade,
Segundo Peskov, estão atualmente a decorrer "discussões bastante intensas" entre os Estados membros da NATO, especialmente no período que antecede a cimeira, e que existem diferentes pontos de vista" sobre a adesão da Ucrânia à Aliança Atlântica.
Nesse sentido, alertou que a adesão da Ucrânia à NATO "terá consequências extremamente graves para toda a arquitetura de segurança na Europa, que já se encontra em estado de ruína".
O Presidente russo, Vladimir Putin, tem-se insurgido repetidamente contra a expansão da NATO para leste e acusou os membros da Aliança de participarem no conflito ao fornecerem armas a Kiev.
O porta-voz do Kremlin afirmou que o regime de Kiev "está a tentar pressionar de várias formas" todos os Estados membros da organização "para conseguir o maior número possível de apoio e de solidariedade" para a adesão à Aliança Atlântica.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reconheceu que não existe a unanimidade necessária para convidar a Ucrânia a aderir à Aliança enquanto Não terminar a guerra entre russos e ucranianos, iniciada com a invasão da Rússia, a 24 de fevereiro de 2022.
Biden afirmou também que a Ucrânia "não está preparada" para aderir à NATO e que deve continuar a fazer reformas.
Com a perspetiva de a cimeira de Vílnius não produzir os resultados desejados, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ainda não revelou se vai ou não participar na reunião na capital lituana.
"Não quero ir a Vílnius para me divertir", disse o líder ucraniano, que exigiu saber que decisões serão tomadas durante a cimeira para decidir se vale a pena participar para influenciar o que será acordado sobre a Ucrânia.
Em junho, Zelensky já tinha declarado que a presença da Ucrânia na cimeira não faz sentido se a NATO não lhe der "algum sinal positivo" no sentido que Kiev pede.
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