O tribunal de apelo de Al-Bayda, situado 800 quilómetros a leste de Tripoli, pronunciou o veredicto sobre "as pessoas pertencentes a um grupo criminoso eu organizou a saída por mar de migrantes clandestinos (...) a bordo de uma embarcação vetusta, provocando a morte a 11 deles", segundo um comunicado dos serviços do procurador.
Sem mencionar a identidade dos condenados, a Procuradoria indicou que estes 37 foram considerados culpados, dos quais cinco foram condenados a prisão perpétua, nove a 15 anos de prisão e os outros a um ano.
A Líbia é um importante ponto de passagem para dezenas de milhares de pessoas que procuram chegar à Europa, provenientes na sua maioria da África subsariana.
Em relatório publicado em março, a missão de Organização das Nações Unidas (ONU) de investigação sobre a situação dos direitos humanos na Líbia afirmou que os migrantes retidos no país norte-africano estavam reduzidos à escravatura sexual, considerada um crime contra a humanidade.
Este grupo de peritos já tinha mencionado a probabilidade de existência de crimes contra a humanidade nos centros de detenção líbios cometidos contra os migrantes, mas esta foi a primeira vez que analisou a questão da escravatura.
Em outubro de 2021, os EUA e a ONU impuseram sanções a um líbio, Osama Al Kuni Ibrahim, acusado de "abusos horríveis contra migrantes" subsarianos em um centro de detenção na Líbia.
Leia Também: Migrações. Itália, Croácia e Eslovénia reforçam operações no Adriático