Yulia Alyoshina planeava representar o partido da oposição Iniciativa Civil nas urnas na região de Altai, no sul da Sibéria, em setembro, nas eleições do novo governador.
O objetivo de Yulia Alyoshina era lutar pelos direitos LGBTQ+ na campanha e opor-se ao novo projeto de lei que proíbe os procedimentos de afirmação de género na Rússia.
Esta legislação foi inicialmente aprovada pela câmara baixa do parlamento da Rússia, a Duma Estatal, em 14 de junho.
Mas Yulia Alyoshina disse hoje que não consegue reunir o número mínimo de assinaturas - 502 - de membros dos conselhos municipais locais e chefes de aldeia necessárias para participar.
Num post no Telegram hoje, escreveu que 19 membros do conselho "estavam inequivocamente prontos para colocar as suas assinaturas em apoio", mas outros, que inicialmente apoiaram, retiraram o apoio, citando o projeto de lei que proíbe a transição de género atualmente em apreciação pela Duma Estatal.
Introduzido em 2012, o "filtro municipal" da Rússia obriga os candidatos a cargos locais a recolher assinaturas de apoio de membros dos conselhos municipais para participar no processo eleitoral.
A exigência foi criticada por grupos de direitos civis como sendo um meio para os funcionários do estado barrarem candidatos da oposição nas urnas.
A comunidade LGBTQ+ da Rússia está sob pressão crescente há uma década, com o presidente Vladimir Putin e a Igreja Ortodoxa Russa a promover uma campanha para preservar o que consideram os "valores tradicionais" do país.
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