Em julho de 1995, cerca de 8.000 muçulmanos foram mortos em Srebrenica pelas forças sérvias da Bósnia que tinham acabado de capturar a cidade, massacre que o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) reconheceu como um genocídio.
Hoje, foi realizada uma cerimónia religiosa no cemitério memorial de Potocari, nos arredores de Srebrenica, no leste da Bósnia.
O Alto Representante da Comunidade Internacional na Bósnia, Christian Schmidt, comprometeu-se hoje a "assegurar que sejam tomadas medidas legais contra todos aqueles que negam o genocídio".
O Alto Representante, que tem poderes discricionários como a destituição de representantes eleitos e a imposição de leis, é responsável, entre outras tarefas, pela supervisão dos aspetos civis do acordo de Dayton (Estados Unidos) que pôs fim à guerra interétnica de 1992-1995.
Os comentários de Schmidt foram dirigidos de forma velada ao Presidente da Republica Srpska (RS, a entidade sérvia da Bósnia), Milorad Dodik, que tem recusado repetidamente a descrever o massacre como genocídio.
Dodik e Schmidt estão envolvidos num confronto cada vez mais aceso, depois de o líder sérvio da Bósnia ter assinado, na semana passada, leis que visam a autoridade do Alto Representante e do Tribunal Constitucional da RS.
As medidas foram rejeitadas pelo Alto Representante e pelas potências ocidentais, com Washington a acusar Dodik de desrespeitar o Acordo de Dayton.
As forças sérvias da Bósnia capturaram Srebrenica - então declarada como um enclave protegido pela ONU - a 11 de julho de 1995 e, nos dias que se seguiram, mataram sumariamente cerca de 8.000 muçulmanos.
Os restos mortais da maioria das vítimas foram encontrados mais tarde em valas comuns no leste da Bósnia, para onde os autores do massacre os transferiram para ocultar o crime.
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