Pelo menos 21 camiões queimados em ações de violência na África do Sul

Pelo menos 21 camiões foram queimados em ações de violência armada em três províncias do país desde sábado passado, anunciou hoje o ministro da Polícia da África do Sul.

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Lusa
12/07/2023 18:35 ‧ 12/07/2023 por Lusa

Mundo

África do Sul

Em conferência de imprensa, o ministro Bheki Cele avançou que a força de segurança está a investigar os incidentes, tendo identificado pelo menos 12 pessoas como sendo os responsáveis pelas ações armadas contra o setor do transporte de mercadorias pesadas.

As províncias afetadas são Gauteng, onde se localiza Joanesburgo, e Pretória, a capital do país, KwaZulu-Natal, sudeste, Mpumalanga e Limpopo, na região norte. Estas últimas três províncias fazem fronteira com Moçambique.

"Podem ser quatro grupos já identificados, coordenados num centro algures no norte de KZN [KwaZulu-Natal]. Portanto, sim, cerca de 12, mas o caso de Limpopo pode ser relacionado com a [falta] de serviços [públicos] naquela área, mas os outros dois em KZN são claramente coordenados e crime organizado", afirmou o governante sul-africano.

Pelo menos 21 veículos pesados de transporte de mercadorias foram atacados por desconhecidos armados e queimados nas províncias sul-africanas de KwaZulu-Natal, Mpumalanga e Limpopo desde sábado.

Cerca das 05:50 locais de hoje, quatro camiões foram assaltados e queimados na província de Mpumalanga na Estrada Nacional N2, entre Piet Retief e Ermelo, segundo a polícia sul-africana.

"As evidências apontam para operações organizadas, coordenadas e sofisticadas que procuram afetar a economia do país e sabotar o Estado", salientou o ministro da Polícia.

Cele sublinhou que a maioria dos motoristas são sul-africanos e que os camiões pertencem a empresas sul-africanas, referindo que apenas três camiões estrangeiros foram visados nas recentes ações de violência armada, dois em Mpumalanga e um em KZN.

"Também havia algo em comum entre os camiões visados -- a maioria transportava carvão e crómio", frisou.

O ministro refutou alegações de que os recentes ataques incendiários estejam relacionados com a insurreição de julho de 2021, em pelo menos 337 pessoas morreram e mais de 3.400 foram detidas em resultado de tumultos e pilhagens que afetaram durante algumas semanas a África do Sul.

As autoridades sul-africanas não anunciaram detenções após a recente onda de ataques armados contra a indústria de transportes de mercadorias.

A África do Sul é um dos principais exportadores de minério e produtos agrícolas do Mundo, sendo que cerca de 80% do volume de mercadorias é atualmente transportada por via rodoviária na África do Sul, de acordo com o sindicato sul-africano de Transportes e Trabalhadores Aliados (SATAWU, na sigla em inglês).

Pelas fronteiras terrestres e portos sul-africanos, nomeadamente Durban e Richards Bay, sudeste do país, transitam mercadorias e matérias-primas oriundas do continente com destino à Europa, Ásia e Estados Unidos da América.

O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, afirmou no domingo estar preocupado com o "impacto negativo" das recentes ações criminosas na economia do país.

"É quase uma sabotagem económica", considerou o chefe de Estado sul-africano à margem de uma reunião da direção nacional do partido no poder, o Congresso Nacional Africano (ANC).

Leia Também: Tiroteio no sul da África do Sul resulta em pelo menos seis mortos

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