"Após um processo de investidura transparente e democrático, Ousmane Sonko (...), de nacionalidade exclusivamente senegalesa, no gozo de todos os seus direitos civis e políticos, é designado por unanimidade dos votos expressos como candidato do Pastef", declarou o partido em comunicado.
Todavia, uma recente condenação judicial hipoteca a possibilidade de Sonko concorrer à eleição presidencial.
"Ninguém pode impedir a tomada de posse do presidente (da formação) Ousmane Sonko e a sua participação nas eleições presidenciais de 25 de fevereiro de 2024", vinca o Pastef na nota.
O partido criticou igualmente a proibição, por parte das autoridades, dos comícios convocados pela oposição em Dacar, bem como da cerimónia de tomada de posse de Sonko, prevista para sábado, no estádio Amadou Barry, na capital, qualificando esta medida de "ilegal".
O Pastef anunciou a candidatura de Sonko apesar da sua recente condenação na sequência do seu julgamento, em 23 de maio, por acusações feitas no início de 2021 por uma jovem massagista de "violações repetidas" e "ameaças de morte".
Embora o tribunal tenha absolvido o líder da oposição daquelas acusações, considerou-o culpado, em junho passado, do crime de corrupção de menores (aplicável quando jovens entre os 18 e os 21 anos são vítimas de abusos, de acordo com o Código Penal senegalês).
Nos protestos que se seguiram ao anúncio da sentença, pelo menos 16 pessoas foram mortas, segundo o Ministério do Interior senegalês, enquanto a organização Amnistia Internacional (AI) documentou 23 mortes, incluindo três menores.
No seu comunicado, o Pastef anuncia que Sonko se pronunciará ainda hoje sobre a indigitação para as presidenciais.
De acordo com a lei senegalesa, a sentença poderia impedir o líder da oposição de se candidatar às eleições presidenciais, às quais o atual Presidente, Macky Sall, revelou na semana passada, após meses de incerteza, que não se candidataria a um terceiro mandato.
Desde 28 de maio que Sonko se encontra bloqueado pelas forças de segurança na sua casa em Dacar, "sequestrado", segundo ele.
Sonko denunciou a "instrumentalização" da justiça por Sall, no poder desde 2012, para o impedir de concorrer às eleições.
Conhecido pelo seu discurso "antissistema", Sonko critica a má governação, a corrupção e o neocolonialismo francês, e o seu discurso é muito popular entre a juventude senegalesa.
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