O equipamento militar foi comprado há 40 anos para levar a cabo o chamado processo de 'renascimento cultural' -- uma tentativa do regime totalitário de assimilar à força os turcos búlgaros -- e nunca foi usado.
A decisão sobre os veículos blindados foi anunciada apenas uma semana após a visita do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky a Sófia, no primeiro pacote militar de ajuda da Bulgária a Kiev.
A Bulgária é um dos poucos países membros da NATO que possui grandes quantidades de armas e equipamentos do período soviético, bem como as suas munições, e que são usadas pelo exército ucraniano.
Em Kiev, o Governo reiterou hoje apelos a ajuda dos parceiros ocidentais para proteção dos céus do país e o porta-voz da Força Aérea Ucraniana disse que a Ucrânia se encontra "longe de estar protegida" de ataques com mísseis russos como em Lviv (oeste) na semana passada.
"Para evitar estes ataques terroristas, com a Rússia regularmente a usar mísseis contra cidades densamente povoadas, precisamos de mais meios de defesa aérea", reiterou.
"Para nos protegermos de 'drones' e mísseis, precisamos de aeronaves de combate modernas e multifuncionais, capazes de intercetar ameaças próximas de importantes objetivos estatais", observou.
Ignat disse que a decisão, ainda não assumida pelos aliados, de entregar caças F-16 à Ucrânia é de "significado histórico".
Os aviões ajudarão as forças armadas ucranianas na defesa e no ataque, atrapalharão a logística russa na Ucrânia e potencialmente afastarão a navegação russa da costa ucraniana através do uso de mísseis Harpoon.
"Já estamos a ver os resultados da cimeira da NATO em Vilnius [que terminou na quarta-feira]. Esses caças serão entregues à Ucrânia e os nossos pilotos começarão a treinar dentro de um mês", prosseguiu.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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