Sérvia suspende exportações de armas após sanção dos EUA

A Sérvia suspendeu todas as exportações de armas durante 30 dias, poucos dias depois dos Estados Unidos terem imposto sanções ao responsável pelos serviços de inteligência do país dos Balcãs, por alegados negócios ilegais de armas.

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Lusa
15/07/2023 06:24 ‧ 15/07/2023 por Lusa

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Sérvia

O ministro da Defesa sérvio, Milos Vucevic, adiantou esta sexta-feira que a proibição de exportação é necessária para corresponder às necessidades do Exército sérvio e aumentar a sua prontidão de combate, perante a crise latente na região dos Balcãs.

"Isso não significa que a Sérvia vai para a guerra ou pede uma guerra, mas estamos a analisar todos os riscos e desafios de segurança", destacou Vucevic, citado pela agência Associated Press (AP).

O Presidente sérvio Aleksandar Vucic tinha anunciado esta posição pela primeira vez há vários dias, apontando como motivo a "segurança interna" na Sérvia, numa altura em que as tensões fervem com o vizinho Kosovo, uma ex-província sérvia cuja declaração de independência de 2008 Belgrado não reconhece.

Vucevic explicou que a decisão será revista após 30 dias.

A Sérvia tem como ambição aderir à União Europeia (UE), mas recusou-se a aderir às sanções ocidentais contra a Rússia.

As autoridades dos EUA e da UE intensificaram recentemente os esforços para fazer com que a Sérvia e Kosovo cheguem a um acordo, temendo uma possível nova instabilidade na Europa enquanto a guerra continua na Ucrânia.

A Sérvia enfrentou acusações de que estava a exportar armas para países sob proibição internacional, ou para a Rússia e a Ucrânia, mas o ministro da Defesa negou essas alegações.

Os Estados Unidos acusaram esta semana o chefe da agência de inteligência da Sérvia, Aleksandar Vulin, de estar "implicado no crime organizado transnacional, operações ilegais de narcóticos e uso indevido de cargos públicos".

"Vulin manteve um relacionamento mutuamente benéfico com o traficante de armas sérvio, Slobodan Tesic, ajudando a garantir que as remessas ilegais de armas de Tesic possam mover-se livremente pelas fronteiras da Sérvia", referiu Washington.

A Sérvia prometeu investigar as acusações dos EUA e a Procuradoria do Crime Organizado referiu esta sexta-feira que procurará informações e "evidências concretas" contra Vulin nos EUA, de acordo com a televisão estatal RTS.

Vulin, um associado próximo de Vucic, é conhecido pela sua postura pró-Rússia e foi nomeado chefe de espionagem da nação dos Balcãs no ano passado, depois de ter servido anteriormente como ministro da Defesa e do Interior.

Em agosto, Vulin visitou Moscovo, uma rara visita de um funcionário de um país europeu, que demonstrou os laços de Belgrado com Moscovo, apesar da sua condenação à invasão da Ucrânia.

Até agora, os EUA impuseram sanções a várias autoridades dos Balcãs, acusadas de corrupção e vistas como uma ameaça à paz e à estabilidade na região e por ajudarem a Rússia a "avançar com atividades malignas na Sérvia e na região".

Leia Também: Kosovo propõe-se reduzir tensões entre sérvios e albaneses no norte

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