O representante da Ucrânia no Conselho de Segurança da ONU, afirmou, esta sexta-feira, que a retirada da Rússia do acordo sobre os cereais do Mar Negro e os ataques aos portos ucranianos são uma tentativa de "obter lucros à custa de milhões de pessoas em todo o mundo".
Sergiy Kyslytsya referiu, citado pela Sky News, que as ações de Moscovo "não podem ser justificadas por quaisquer normas do direito internacional".
Os "constantes ataques cínicos" da Rússia "não passam de tentativas para eliminar uma concorrente de mercado, aumentar deliberadamente os preços dos alimentos e obter lucros à custa da fome de milhões de pessoas em todo o mundo", atirou.
Kyslytsya apelou ainda à comunidade internacional para que condene as ações da Rússia e instou a ONU a criar um corredor humanitário no Mar Negro.
Recorde-se que as tensões voltaram a intensificar-se na Ucrânia após a suspensão pela Rússia do acordo sobre a exportação de cereais ucranianos, negociado sob a égide da Turquia e da ONU em julho de 2022 e que permitia que os navios saíssem dos portos ucranianos através de corredores marítimos protegidos.
Segundo a Rússia, o país só volta ao protocolo se as suas condições forem atendidas, nomeadamente o comércio dos seus próprios produtos agrícolas, prejudicado pelas sanções ocidentais.
A Iniciativa dos Cereais do Mar Negro, acordada há um ano pela Rússia, Ucrânia, Turquia e Nações Unidas, permitiu a exportação de quase 33 milhões de toneladas de alimentos de três portos no sul ucraniano, considerados cruciais para a descida dos preços globais e segurança alimentar nos países mais desprotegidos.
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