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Tribunal russo condena aliado de Navalny à prisão por extremismo

Foi condenado a nove anos de prisão numa colónia penal, anunciou a equipa do opositor do Kremlin nas redes sociais.

Tribunal russo condena aliado de Navalny à prisão por extremismo
Notícias ao Minuto

15:27 - 24/07/23 por Ema Gil Pires com Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

Um colaborador do líder da oposição russa, Alexei Navalny, foi condenado na sequência das acusações de extremismo que pendiam sobre ele, numa altura em que o Kremlin continua a reprimir os ativistas políticos no país, reporta a Associated Press.

Vadim Ostanin, que anteriormente dirigia o gabinete de Navalny na cidade de Barnaul, no sul da Sibéria, foi condenado a nove anos de prisão numa colónia penal, após ter sido considerado culpado de organizar uma comunidade extremista, e de pertencer a uma organização sem fins lucrativos que "infringe os direitos dos cidadãos", escreveu a equipa de Navalny nas redes sociais. Ostanin, 46 anos, dirigiu ainda a Fundação Anticorrupção em Barnaul, na região siberiana de Altai.

Os procuradores tinham pedido anteriormente que o homem, de 46 anos, fosse preso durante 11 anos.

Em junho de 2021, as organizações de Navalny foram consideradas extremistas pelos tribunais russos, expondo os respetivos membros a graves processos judiciais.

Muitos dos ativistas fugiram para o estrangeiro para evitar a prisão, mas Ostanin permaneceu na Rússia e foi detido em dezembro de 2021, juntamente com outros cinco aliados de Navalny.

O Ministério Público exigiu 11 anos de prisão para Ostanin, segundo o portal Sibir Realii.

"Vadim Ostanin foi julgado por trabalho político legal. (...) Ele estava a falar sobre pessoas locais corruptas, ajudando os habitantes da região de Altai", disse a equipa de Navalny.

Ostanin, pai de uma filha menor, foi pressionado a assinar uma confissão pelos investigadores, que alegadamente lhe prometeram ver familiares detidos em troca, mas recusou-se a declarar-se culpado, disse o movimento de Navalny.

Numa carta, Ostanin denunciou que tinha sido mantido em celas insalubres em Barnaul: "Os ratos saíam de um buraco no chão [da casa de banho] e vagueavam pela cela se não se gritasse com eles", escreveu.

A organização não-governamental Memorial, entretanto dissolvida, reconhecia Ostanin como prisioneiro político, segundo o jornal The Moscow Times.

Em meados de junho, Lilia Chanycheva, antiga coordenadora da equipa de Navalny em Ufa, na república russa do Bascortostão, foi condenada a sete anos e meio de prisão também por extremismo.

O Ministério Público russo pediu também mais 10 anos de prisão para o diretor técnico do projeto de Navalny no YouTube, Daniel Kholodny.

Alexei Navalny, que foi condenado em 2022 a nove anos de prisão por acusações de fraude que considera fictícias, aguarda um novo veredicto, previsto para 4 de agosto, que poderá condená-lo a mais 20 anos de cadeia.

No novo processo, é acusado de vários crimes, incluindo a criação de uma "comunidade extremista".

Navalny foi detido em janeiro de 2021 na colónia penal IK-6, na região russa de Vladimir, quando regressou a Moscovo vindo de Berlim, onde tinha estado a recuperar do envenenamento com a substância neurotóxica novichok.

Tanto Navalny como os governos ocidentais atribuíram o envenenamento aos serviços de segurança do Presidente russo, Vladimir Putin.

O Kremlin (Presidência russa) tem negado sistematicamente qualquer responsabilidade pelo incidente.

Leia Também: Aliado de Navalny diz que procuradores pedem mais 20 anos de prisão

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