"Apelamos às partes em conflito para que se abstenham do uso da força e resolvam as questões conflituosas através de um diálogo pacífico e construtivo", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, manifestou a esperança da Rússia numa "rápida resolução desta crise política interna em prol do restabelecimento da paz civil" no Níger.
"Esperamos que o Presidente Mohamed Bazoum seja rapidamente libertado pelos militares", acrescentou Zakharova.
O golpe de Estado no Níger foi condenado pelos Estados Unidos e pela União Europeia, que também exigiram a libertação do Presidente nigerino.
Um grupo de oficiais militares, reunidos no autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria, anunciou quarta-feira à noite, na televisão governamental, a destituição de Bazoum, a suspensão das instituições, o encerramento das fronteiras e um recolher obrigatório noturno até nova ordem.
O Presidente nigerino continua detido no palácio presidencial tomado pelos golpistas, mas está separado da sua família, que se encontra noutra parte do palácio, disse à agência EFE uma fonte militar.
Esta é a segunda tentativa de golpe de Estado no país africano, depois de as autoridades nigerinas terem abortado uma tentativa de golpe militar contra Bazoum, dois dias antes da sua tomada de posse, a 31 de março de 2021, que se limitou a uma série de tiroteios perto do Palácio Presidencial na capital do país.
Depois do Mali e do Burkina Faso, o Níger, até agora aliado dos países ocidentais e onde estão destacados 1.500 soldados franceses, torna-se o terceiro país do Sahel minado por ataques de grupos ligados ao Estado Islâmico e à Al-Qaida a sofrer um golpe de Estado, desde 2020.
Os militares golpistas que tomaram o poder em Bamako e Ouagadougou voltaram-se entretanto para outros parceiros, nomeadamente a Rússia.
O golpe de Estado no Níger ocorre numa altura em que a Rússia realiza a sua segunda cimeira Rússia-África, hoje e sexta-feira, um teste diplomático para Moscovo, que procura mostrar que não está isolado na cena internacional desde a ofensiva na Ucrânia.
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