"O Governo da República de Angola tem seguido com particular atenção e preocupação os últimos acontecimentos registados na República do Níger" e "face a esta grave ocorrência" expressa "a sua firme condenação aos atos levados a cabo na República do Níger pelos militares, por se tratar de um grave atentado à ordem constitucional do país, e por constituir uma inadmissível violação aos princípios democráticos sobre os quais assenta a legitimidade do poder instituído em 2021, por via de eleições livres e democráticas".
Militares nigerinos anunciaram na quarta-feira à noite o derrube do Presidente Mohamed Bazoum, democraticamente eleito em 2021.
A junta militar golpista apresentou-se como Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP).
Os parceiros do Níger, incluindo os Estados Unidos, a França e a ONU, já condenaram o golpe de Estado.
Mohamed Bazoum continuava hoje refém com a sua família na sua residência oficial em Niamey, mas está de boa saúde, de acordo com pessoas que lhe são próximas.
No comunicado, João Lourenço exige "a libertação imediata" de Mohamed Bazoum, seus familiares e colaboradores, "na convicção de que se consiga criar assim um clima que favoreça urgentemente um entendimento nacional e possibilite a reposição da legitimidade democrática no país".
Angola manifesta ainda apoio à posição tomada pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) na condenação veemente do golpe e exorta esta organização "a encetar todas as diligências necessárias para que se retome rapidamente o funcionamento das instituições legítimas do Estado na República do Níger".
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