O relatório anual do Ministério da Defesa japonês, que enumera as ameaças militares mais prementes e as formas de garantir a estabilidade do país, sublinha a importância do recente aumento significativo do orçamento de defesa, numa altura em que o mundo entra naquilo a que chama "uma nova era de crise".
Embora o documento se centre principalmente no crescente poder militar da China e na invasão da Ucrânia pela Rússia, Pyongyang também surge como uma grande preocupação para o Japão.
"As atividades militares da Coreia do Norte representam uma ameaça ainda maior e mais iminente do que nunca para a segurança do Japão", lê-se no relatório.
"Parte-se do princípio de que a Coreia do Norte tem capacidade para atacar o Japão com armas nucleares montadas em mísseis balísticos", acrescenta.
O "Livro Branco" foi aprovado pelo Governo do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, numa altura em que Pyongyang tem aumentado os testes de mísseis.
Na quinta-feira, os meios de comunicação social estatais norte-coreanos publicaram fotografias do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, a mostrar ao ministro da Defesa russo as armas mais avançadas do país, incluindo mísseis balísticos intercontinentais e novos drones militares.
Os recentes lançamentos de mísseis de Pyongyang, o último dos quais aconteceu na segunda-feira, ocorrem numa altura em que Tóquio, Seul e Washington intensificam a cooperação militar para contrariar as crescentes ameaças nucleares do regime norte-coreano e a influência da China na região.
O "Livro Branco" salienta que as atividades militares da China representam "um desafio estratégico sem precedentes" para o Japão, que também está preocupado com os exercícios militares russo-chineses.
"A comunidade internacional está a enfrentar o maior teste desde a Segunda Guerra Mundial e entrámos numa nova era de crise", afirmou o ministro da Defesa japonês, Yasukazu Hamada, citado no documento.
No documento reitera-se igualmente o empenho de Tóquio em aumentar as despesas e capacidades militares.
Durante décadas, o Japão limitou as despesas militares a cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), mas o Governo de Kishida aprovou um novo plano de segurança, no final de 2022, que inclui o aumento do orçamento da Defesa para 2% do PIB até 2027.
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