EUA. Mulher seduziu sobrevivente do Holocausto e roubou-lhe milhões

Peaches Stergo foi condenada pela justiça a quatro anos de prisão, mas o seu caso está longe de ser o único.

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© Spencer Weiner-Pool/Getty Images

Notícias ao Minuto
28/07/2023 18:48 ‧ 28/07/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Estados Unidos

Uma mulher foi condenada na quinta-feira a quatro anos de prisão, por um tribunal em Manhattan, nos Estados Unidos, por ter roubado quase três milhões de dólares a um idoso que sobreviveu ao Holocausto e com quem criou um romance falso para ficar com a sua fortuna.

Peaches Stergo foi detida em janeiro deste ano, depois de ter sido acusada de roubar 2,5 milhões de euros de um homem de 88 anos. A mulher confessou o crime em abril.

Segundo conta o The Guardian, o idoso faz parte de um grupo de cerca de 24 mil pessoas que perderam as suas fortunas para burlões que, aproveitando a solidão destes sobreviventes do Holocausto, as seduziram através de sites de companhia e de encontros românticos e ganharam a sua confiança.

As autoridades calcularam que, este ano, foram roubados mais de mil milhões de dólares - mais de 900 milhões de euros - para estes esquemas de fraude.

Stergo, de 36 anos, conheceu a vítima em 2017 e convenceu-a que precisava de dinheiro para pagar a um advogado, num processo em que se viu impedida de aceder a uma indemnização. Mas, disse a acusação, esse processo nunca existiu.

A mulher conseguiu que o idoso lhe desse mais dinheiro dando-lhe acesso a uma conta bancária. No total, o sobrevivente enviou também 62 cheques a Stergo, que até se fez passar por uma funcionária de um banco e falsificou documentos e e-mails enviados ao homem, a viver em Nova Iorque, garantindo-lhe que o dinheiro seria devolvido.

O homem perdeu todas as suas poupanças e o seu apartamento, enquanto que a burlona comprou uma casa num condomínio fechado, um barco, vários carros de luxo e relógios da marca Rolex, pagando ainda férias extravagantes e peças de vestuário de designers.

A polícia teve acesso a mensagens trocadas entre Peaches Stergo e o seu companheiro, no qual gozou com o idoso e brincou com o facto de lhe dizer que o amava. Houve ainda mensagens divulgadas no julgamento, em que Stergo admitia que trabalhar era "demasiado difícil" e a procura de um emprego legítimo era cansativa.

O caso foi descoberto quando a vítima disse ao filho, em outubro de 2021, que tinha emprestado as suas poupanças todas. O filho explicou então ao pai que tinha sido burlado e contactou as autoridades, que encontraram a mulher.

A advogada de Peaches Stergo procurou argumentar que a sua cliente tinha sofrido uma infância instável, que a levou a ficar viciada em álcool e no jogo.

O nome da vítima não foi divulgado pelas autoridades. A NBC News avançou que se tratava de uma pessoa que se mudou para os Estados Unidos quando tinha cerca de 20 anos, depois dos pais morrerem durante o Holocausto na Segunda Guerra Mundial.

Leia Também: Discurso de ódio nas redes sociais é sinal "de alerta de genocídios"

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