O político pode ser impedido de concorrer às eleições de 2024, devido a uma condenação anterior, situação que tem gerado tensões no país, noticiou a agência Efe.
Juan Bronco, advogado de Sonko, confirmou a detenção através da rede social Twitter.
O opositor tinha divulgado antes, através da rede social Facebook, que os agentes dos serviços secretos estacionados à porta de sua casa 24 horas por dia começaram a filmá-lo.
"Peguei no telefone deles e pedi à pessoa que gravava para desbloqueá-lo e apagar as imagens que tirou, algo que ele se recusou a fazer", frisou.
"Uma equipe da Gendarmaria [polícia militar] parece disposta a arrombar a porta da minha casa", acrescentou.
O incidente ocorreu hoje à tarde, na residência do opositor político no bairro de Keur Gorgui, em Dacar, de acordo com relatos dos órgãos de comunicação locais.
Ousmane Sonko foi condenado em 01 de junho a dois anos de prisão por aliciamento de menores, um veredito que o torna inelegível para se candidatar a eleições, de acordo com os seus advogados e juristas.
No entanto, este detenção não está relacionada com a sua condenação criminal.
O popular opositor denunciou a instrumentalização da justiça, por parte do Presidente senegalês Macky Sall, para impedi-lo de concorrer às próximas eleições, marcadas para 2024.
Depois de conhecer a sua sentença, as autoridades do país reprimiram duramente as manifestações a seu favor, o que resultou em pelo menos 16 mortos, segundo o Ministério do Interior senegalês, embora a organização de direitos humanos Amnistia Internacional (AI) tenha registado 23 mortes, incluindo três menores.
Conhecido pelo seu discurso antissistema, Sonko critica a má governação, a corrupção e o neocolonialismo francês e tem muitos seguidores entre os jovens no Senegal.
O porta-voz do governo senegalês, Abdou Karim Fofana, afirmou recentemente que a decisão de deter ou não o político da oposição cabia ao Ministério Público.
O ministro da Justiça tinha afirmado, logo após a sua condenação, que Sonko poderia ser detido "em qualquer altura".
O político da oposição, que foi nomeado pelo seu partido como candidato às próximas eleições presidenciais, foi também condenado a uma pena de prisão suspensa de seis meses, em 08 de maio, no âmbito de um recurso por difamação, uma sentença amplamente considerada como tornando-o inelegível para as eleições.
Sonko já tinha manifestado a intenção de se candidatar às eleições presidenciais do próximo ano.
A condenação ainda não transitou em julgado por Sonko ainda não ter esgotado os recursos para o Supremo Tribunal.
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