Níger. Tomada de poder pela força ameaça cooperação dos EUA

Uma tomada de poder militar no Níger "ameaçaria" a cooperação dos EUA com o país, alertou hoje um porta-voz da Casa Branca, que "condena da forma mais veemente possível a tentativa do general Tchiani de tomar o poder pela força".

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© Balima Boureima/Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
28/07/2023 23:55 ‧ 28/07/2023 por Lusa

Mundo

Níger

"Lembramos aos que tentam tomar o poder pela força que o derrube do presidente democraticamente eleito Mohamed Bazoum ameaçaria a cooperação substancial dos EUA com o Governo do Níger", avisou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.

"Um golpe militar poderia levar os Estados Unidos a pôr termo à cooperação, militar ou outra" com o país africano, disse ainda numa troca de impressões com jornalistas.

Os Estados Unidos têm uma presença militar de cerca de mil pessoas no Níger, disse, assegurando que "não tinha conhecimento" de quaisquer alterações relativamente a estas tropas.

Washington fornece ao país, que é muito pobre e abalado pela violência jihadista, assistência em matéria de segurança, bem como ajuda ao desenvolvimento e ajuda humanitária.

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, visitou o país em março.

O general Abdourahamane Tchiani, chefe da guarda presidencial do Níger, que esteve na origem do golpe de Estado, apareceu hoje na televisão nacional como o novo homem forte do país.

O Presidente eleito, Mohamed Bazoum, está detido desde quarta-feira de manhã na sua residência privada em Niamey.

Os Estados Unidos continuam a exigir a sua "libertação imediata", afirmou John Kirby.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, por seu lado, vai presidir a um Conselho de Defesa e Segurança Nacional dedicado ao Níger, no sábado, às 15:00 (horas de Paris, menos uma em Lisboa), anunciou hoje à noite o Palácio do Eliseu.

A França tem atualmente 1.500 soldados destacados no Níger que já atuaram anteriormente com o exército do país. O país, ex-colônia francesa que se tornou independente em 1960, é um dos últimos aliados de Paris no Sahel.

Macron, de regresso de uma visita à Oceânia, já condenou "com a maior firmeza" o golpe da junta militar.

Depois do Mali e do Burkina Faso, o Níger, até agora aliado dos países ocidentais, tornou-se o terceiro país do Sahel, minado por ataques de grupos jihadistas, a sofrer um golpe de Estado desde 2020.

O Níger é um país sem litoral, dois terços do qual é deserto, no coração do Sahel. De acordo com a ONU, mais de quatro milhões de pessoas necessitam atualmente de assistência humanitária.

Leia Também: Níger. Próximos de Bazoum denunciam golpe por "conveniência pessoal"

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