Os três participaram numa reunião da chamada Iniciativa Concórdia para a Amazónia, que terminou hoje no Equador com a presença de outros líderes do setor privado da região, anunciou a Secretaria-Geral de Comunicação da Presidência do Equador.
A iniciativa visou mobilizar recursos e elaborar projetos destinados a conservar a Amazónia, proteger as comunidades que vivem na selva e combater a mineração ilegal, entre outros objetivos, segundo a mesma fonte.
Durante a reunião, Lasso fez um balanço dos projetos ambientais que desenvolveu durante o seu governo, numa estratégia a que chamou "transição ecológica", para tratar a Amazónia como "oportunidade de conservação para o Equador".
Por sua vez, Duque, que dirige a Iniciativa Concórdia para a Amazónia, explicou que a floresta tropical depende das florestas andinas, dos páramos, dos rios, mas, sobretudo, do Amazonas, um dos rios com maior biodiversidade do planeta.
"Esta região é fundamental para regular os ecossistemas do mundo", disse o líder conservador colombiano, defendendo que, para preservar a floresta tropical, os fundos ou investimentos de impacto devem ser direcionados para proteger a região e "levar a Amazónia ao desmatamento zero", atraindo mais recursos económicos do que os gerados por atividades ilícitas.
Este plano combateria as economias ilegais e protegeria os ecossistemas, segundo Duque, que também prevê pagar aos camponeses que vivem nestas terras para recuperar, proteger, restaurar e conservar o solo amazónico.
"A única forma de o conseguir é através de cooperativas de conservação com povos indígenas, comunidades rurais amazónicas e projetos de leitura rápida com sistemas de compensação. E créditos de biodiversidade", acrescentou.
Por seu turno, Piñera defendeu que esta causa deve unir diferentes setores e disse que a proteção da floresta amazónica deve reunir metodologias que permitam a monetização destas ações.
O encontro entre Lasso, Duque e Piñera teve lugar numa altura em que o presidente equatoriano está prestes a abandonar o cargo, depois de ter invocado um mecanismo constitucional através do qual conseguiu dissolver o parlamento do seu país e convocar eleições extraordinárias, embora isso significasse que o seu mandato também seria encurtado.
As eleições presidenciais e legislativas antecipadas no Equador terão lugar a 20 de agosto e as autoridades nomeadas nessas eleições completarão o mandato de 2021-2025 que Lasso deveria cumprir, mas que foi cortado a meio.
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