Antes de as bombas de gás lacrimogéneo terem sido disparadas, alguns soldados tentaram ainda intervir para acalmar os manifestantes.
Alguns participantes insistiram em entrar no prédio e outros arrancaram a placa com a inscrição "Embaixada da França no Níger", pisando-a e substituindo-a por bandeiras da Rússia e do Níger.
Um dos soldados, de pé num camião, cumprimentou a multidão que gritava "Rússia, Rússia, Rússia", "viva o exército nigerino" e "Tchiani, Tchiani, Tchiani", nome do presidente do Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP, a junta militar autora do recente golpe de Estado), Abdourahamane Tchiani.
As manifestações, no entanto, foram proibidas pela junta militar.
A França, aliada do Níger na luta contra o 'jihadismo' e na ajuda ao desenvolvimento do país africano, anunciou no sábado que suspenderia esse apoio, assim como a União Europeia.
Algumas pessoas dirigiram-se também à embaixada dos Estados Unidos. O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, garantiu ao Presidente deposto Mohamed Bazoum o apoio "inabalável" de Washington.
A manifestação começou com uma marcha em direção à Assembleia Nacional, com a multidão a agitar bandeiras russas e nigerinas.
O movimento civil M62, que já havia protestado contra a operação Barkhane do exército francês no Sahel e no Saara, fez os apelos à manifestação.
Duas marchas pró-golpe tiveram lugar em Niamey e Dosso (cerca de cem quilómetros a sudeste da capital) na quinta-feira, a primeira pontuada por incidentes, antes de a junta chamar "a população à calma" e proibir os eventos.
O Presidente Mohamed Bazoum foi afastado na quarta-feira à noite por militares e detido no palácio presidencial, sob a supervisão da Guarda Presidencial, cujo líder, o general Omar Abdourahmane Tchiani, foi nomeado presidente do CNSP.
Depois do Mali e do Burkina Faso, o Níger, até então aliado dos países ocidentais, torna-se o terceiro país do Sahel - minado por ataques de grupos ligados ao Estado Islâmico (EI) e à Al-Qaida - a viver um golpe de Estado desde 2020.
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