Níger. Milhares de pessoas manifestam-se em frente à embaixada francesa

Milhares de pessoas protestaram hoje em frente à embaixada francesa em Niamey, numa manifestação de apoio ao golpe militar no país, antes de serem dispersadas por bombas de gás lacrimogéneo, segundo a agência de notícias AFP.

Notícia
AnteriorSeguinte

© Getty Images

Lusa
30/07/2023 13:09 ‧ 30/07/2023 por Lusa

Mundo

Níger

Antes de as bombas de gás lacrimogéneo terem sido disparadas, alguns soldados tentaram ainda intervir para acalmar os manifestantes.

Alguns participantes insistiram em entrar no prédio e outros arrancaram a placa com a inscrição "Embaixada da França no Níger", pisando-a e substituindo-a por bandeiras da Rússia e do Níger.

Um dos soldados, de pé num camião, cumprimentou a multidão que gritava "Rússia, Rússia, Rússia", "viva o exército nigerino" e "Tchiani, Tchiani, Tchiani", nome do presidente do Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP, a junta militar autora do recente golpe de Estado), Abdourahamane Tchiani.

As manifestações, no entanto, foram proibidas pela junta militar.

A França, aliada do Níger na luta contra o 'jihadismo' e na ajuda ao desenvolvimento do país africano, anunciou no sábado que suspenderia esse apoio, assim como a União Europeia.

Algumas pessoas dirigiram-se também à embaixada dos Estados Unidos. O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, garantiu ao Presidente deposto Mohamed Bazoum o apoio "inabalável" de Washington.

A manifestação começou com uma marcha em direção à Assembleia Nacional, com a multidão a agitar bandeiras russas e nigerinas.

O movimento civil M62, que já havia protestado contra a operação Barkhane do exército francês no Sahel e no Saara, fez os apelos à manifestação.

Duas marchas pró-golpe tiveram lugar em Niamey e Dosso (cerca de cem quilómetros a sudeste da capital) na quinta-feira, a primeira pontuada por incidentes, antes de a junta chamar "a população à calma" e proibir os eventos.

O Presidente Mohamed Bazoum foi afastado na quarta-feira à noite por militares e detido no palácio presidencial, sob a supervisão da Guarda Presidencial, cujo líder, o general Omar Abdourahmane Tchiani, foi nomeado presidente do CNSP.

Depois do Mali e do Burkina Faso, o Níger, até então aliado dos países ocidentais, torna-se o terceiro país do Sahel - minado por ataques de grupos ligados ao Estado Islâmico (EI) e à Al-Qaida - a viver um golpe de Estado desde 2020.

Leia Também: Níger. Junta diz que está iminente uma "intervenção militar" da CEDEAO

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas