O Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol apelou, numa declaração na rede social X (antigo Twitter), ao regresso à ordem constitucional e à libertação de Bazoum, que foi democraticamente eleito.
Na sequência do golpe de Estado de quarta-feira contra Bazoum, o Níger passou a ser controlado por uma junta militar liderada pelo general Abdourrahmane Tiani, comandante da Guarda Presidencial, que mantém o presidente nigerino detido na sua residência.
No sábado, a França suspendeu "toda a ajuda ao desenvolvimento e apoio orçamental" ao Níger, na sequência do golpe militar contra o presidente eleito.
Em 2022, a ajuda pública francesa ao desenvolvimento para o Níger ascendeu a 120 milhões de euros, e um montante ligeiramente superior estava previsto para 2023, mas não será entregue ao país, de acordo com o governo.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) lançou hoje um ultimato aos golpistas do Níger, afirmando que não exclui o recurso à força se não libertarem o presidente deposto, e não o devolverem ao poder no prazo de uma semana.
A CEDEAO "tomará todas as medidas necessárias para restaurar a ordem constitucional na República do Níger" e estas "podem incluir o uso da força", disse o presidente da Comissão da organização, Omar Touray, em declarações divulgadas pela imprensa nigeriana, após a realização de uma cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo do bloco em Abuja, a capital política da Nigéria.
Também o Governo francês avisou hoje que "não tolerará algum ataque contra a França e os seus interesses" no Níger, caso em que Paris responderá "imediatamente e de forma inflexível".
"Qualquer um que ataque franceses, o exército, os diplomatas e os direitos dos franceses verá a França responder de maneira imediata e de forma inflexível. O Presidente da República não tolerará nenhum ataque contra a França e os seus interesses", indicou o Eliseu num comunicado, após uma manifestação em frente à embaixada do país no Níger.
Cerca de 500 a 600 cidadãos franceses estão atualmente naquele país africano, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.
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