Presidente do Chade no Níger. Argélia e Benim pedem libertação de Bazoum

O Presidente do Chade, Mahamat Idriss Déby Itno, viajou hoje para Niamey para se reunir com os militares da junta golpista do Níger após assistir na Nigéria à cimeira extraordinária da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO).

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© AFP via Getty Images

Lusa
30/07/2023 23:45 ‧ 30/07/2023 por Lusa

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Também hoje, os presidentes da Argélia e do Benim apelaram à reposição da normalidade no Níger, com a libertação do Presidente deposto, Mohamed Bazoum.

"Os dois presidentes mostraram a sua firmeza no regresso da ordem constitucional ao Níger e na restauração do Presidente Mohamed Bazoum nas suas funções como chefe de Estado legitimamente eleito", disse fonte da presidência argelina, citada pela agência espanhola Efe.

Já de acordo com a televisão estatal nigerina ORTN, Déby Itno efetuou uma escala em Niamey antes de regressar ao Chade após participar na cimeira e foi recebido no aeroporto pelo general Salifou Mody, ex-chefe de estado-maior do Níger e por outros membros da junta.

Após duas horas de reunião com Mody e os membros da junta nigerina, organizados no autodenominado Comité Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), deslocou-se ao palácio presidencial de Niamey, onde se encontrou com o líder da junta militar nigerina e autoproclamado chefe de Estado do país, general Abdourahamane Tiani, segundo a ORTN.

A CEDEAO emitiu hoje um ultimato aos militares liderados pelo general Tiani, ao declarar que não exclui o uso da força caso não seja libertado e devolvam ao poder no prazo de uma semana o Presidente deposto, Mohamed Bazoum.

Bazoum está detido desde a passada quarta-feira na sua residência presidencial, quando militares da guarda presidencial promoveram um golpe de Estado.

A junta anunciou de imediato a destituição do Presidente, a suspensão da Constituição, o encerramento das fronteiras e um recolher obrigatório noturno até nova ordem. Os militares pretendem ainda exercer "o conjunto dos poderes legislativos e executivos" até ao regresso "da ordem constitucional normal".

Em paralelo, o primeiro-ministro do deposto governo, Ouhoumoudou Mahamadou, afirmou hoje estar otimista sobre uma solução para o seu país sem necessidade de recorrer à força, pelo facto de as sanções internacionais serem suficientes para impor uma situação que seria "catastrófica".

"É um país que não poderá resistir a esse tipo de sanções", advertiu numa breve entrevista em Paris à cadeia televisiva France 24.

O político nigerino manifestou satisfação pela reação internacional face ao golpe da passada quarta-feira, em particular a resposta emitida pela CEDEAO.

Na capital milhares de pessoas desfilaram hoje pelas ruas em apoio ao golpe de Estado denunciando a França, antiga potência colonial, e agitando bandeiras da Rússia. Os manifestantes aproximaram-se da embaixada francesa e derrubaram uma porta do edifício antes de serem dispersos por uma força militar.

Leia Também: União económica africana impõe sanções financeiras após golpe no Níger

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