Dois distritos no norte de Moçambique declaram surto de cólera

As autoridades de saúde moçambicanas declararam um surto de cólera em mais dois distritos, Mocímboa da Praia e Mueda, província de Cabo Delgado, doença que desde setembro já provocou 141 mortos em todo o país.

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Lusa
31/07/2023 10:02 ‧ 31/07/2023 por Lusa

Mundo

Moçambique

De acordo com fonte do Ministério da Saúde citada pela imprensa local, a declaração de surto foi feita após confirmada a presença local do agente causador da doença, sendo que no total da província de Cabo Delgado, norte do país, segundo dados recolhidos hoje pela Lusa, já se registaram desde setembro do ano passado 1.168 casos, com três mortos, numa taxa de letalidade de 0,3%.

Uma epidemia de cólera provocou em Moçambique, desde setembro passado, 141 mortes em dez províncias e na cidade de Maputo, entre 33.453 casos diagnosticados, dos quais 22.748 tiveram que ser internados, segundo dados atualizados até 24 de julho pelo Ministério da Saúde e consultados hoje pela Lusa.

Até à mesma data, a maioria dos casos (13.400 diagnosticados e 38 mortos) foi registada na província da Zambézia, no centro do país, especialmente afetada depois da destruição provocada pelo ciclone Freddy, em fevereiro e março, seguindo-se Sofala (7.527 casos e 30 mortos) e Niassa (3.501 casos e 25 mortos).

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou em 13 de julho, em Maputo, os esforços de Moçambique, e do Presidente da República, Filipe Niyusi, para travar esta epidemia de cólera.

"Estou muito feliz em ver um chefe de Estado que está muito comprometido com a saúde. Ele é um dos poucos líderes, no mundo, que assume este compromisso e está diretamente envolvido em questões ligadas à saúde", declarou Tedros Tedros Ghebreyesus.

Para o diretor-geral da OMS, o executivo moçambicano teve uma gestão assinalável da epidemia, que foi agravada pelo impacto do ciclone Freddy.

"Saudei o Presidente moçambicano e o ministro da Saúde [Armindo Tiago] pela sua liderança na gestão da epidemia da cólera. No mesmo período foram registados casos de pólio e que também foram controlados, após serem detetados antecipadamente. Não há qualquer caso agora desde agosto", observou.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, situação que agrava a resistência de infraestruturas e serviços que permitam evitar a doença.

A cólera é uma doença que provoca fortes diarreias, que é tratável, mas que pode provocar a morte por desidratação se não for prontamente combatida.

A doença é causada, em grande parte, pela ingestão de alimentos e água contaminados por falta de redes de saneamento.

Em maio, a Organização Mundial da Saúde alertou que o mundo terá um défice de vacinas contra a cólera até 2025 e que um bilião de pessoas de 43 países podem ser infetadas com a doença.

Leia Também: Covid-19 foi "escola" para o Instituto Nacional de Saúde de Moçambique

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