Os números foram hoje sublinhados pelo embaixador do Brasil na ONU, Sérgio França, que lamentou que todas estas reuniões tenham limitado a resposta do Conselho de Segurança à "repetição de narrativas opostas sobre os acontecimentos no terreno e as posições" de cada país.
De facto, os países ocidentais e a Rússia levaram as suas respetivas posições ao Conselho utilizando todos os ângulos da guerra - a situação das crianças, os danos ao património, os riscos da central nuclear de Zaporijia e a insegurança alimentar, entre outros - transformando a sala de reuniões numa permanente troca de acusações.
Tanto a Rússia como as três potências ocidentais -- Estados Unidos, Reino Unido e França - têm direito de veto, pelo que não foi aprovada qualquer resolução, o que demonstrou a ineficácia do Conselho de Segurança na procura de uma solução.
O quinto membro permanente do Conselho de Segurança com direito de veto é a China.
O embaixador brasileiro lamentou que a guerra na Ucrânia esteja a desviar a atenção das grandes potências representadas no Conselho de outras crises que se estão a tornar crónicas no mundo.
"Lamentamos que outras situações como o Sudão, o Sahel ou a Palestina não estejam a receber a mesma atenção", resumiu.
Além disso, Sérgio França repetiu uma posição que é cada vez mais comum entre os países africanos e asiáticos e, em menor grau, entre os sul-americanos: uma espécie de equidistância semelhante à posição da China, que repete constantemente ser a favor de uma solução negociada, da cessação incondicional das hostilidades e do respeito pela integridade territorial, sem apontar a culpa da Rússia.
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