"A operação de evacuação diz respeito a civis, cidadãos franceses e europeus, para garantir a sua segurança na sequência do golpe de Estado da semana passada", disse o comando militar aos jornalistas, acrescentando que três aviões, Airbus A330 e A330 MRTT, já partiram do sul de França para o aeródromo civil de Niamey, capital do Níger.
O Ministério das Relações Exteriores da França anunciou de manhã que o país começava hoje a retirar os seus cidadãos do Níger, uma operação a que outros "cidadãos europeus que desejem deixar o país" também podem aproveitar.
"Dada a situação em Niamey, os atos de violência perpetrados anteontem contra nossa embaixada e o encerramento do espaço aéreo, que deixa os nossos compatriotas impossibilitados de sair pelos seus próprios meios, a França está a preparar a retirada dos seus nacionais e cidadãos europeus que desejem deixar o país. Esta retirada começará hoje", afirmou então o ministério.
Os cidadãos franceses no Níger foram avisados pela embaixada de Paris em Niamey de que estava "a ser preparada uma operação de retirada" por via aérea, a realizar em breve.
"Face à degradação da segurança no Níger e aproveitando a calma relativa em Niamey, está em curso a preparação de uma operação de retirada por via aérea", referia anteriormente uma mensagem da embaixada francesa.
Naquela nota, a embaixada indicava que a operação deverá decorrer de forma rápida.
Um golpe de Estado no Níger, liderado pelo general Abdourahamane Tchiani, derrubou o Presidente eleito, Mohamed Bazoum, na passada quarta-feira.
Tchiani justificou o golpe de Estado com a "deterioração da situação de segurança" num país assolado pela violência dos grupos fundamentalistas islâmicos.
O Governo francês estima que em 500 a 600 o número de civis franceses no Níger.
Outros governos europeus, por enquanto, não anunciaram operações de evacuação, mas países como a Espanha pediram aos seus cidadãos que informassem o seu paradeiro à embaixada.
Em entrevista à BFMTV na noite passada, a ministra das Relações Exteriores de França, Catherine Colonna, reiterou os apelos do seu país para a reintegração do Presidente deposto Mohamed Bazoum e negou as acusações de que na sequência do golpe militar a França estava a preparar uma intervenção militar.
A França, ex-potência colonial do Níger, tem um contingente de 1.500 soldados naquele país africano para apoiar a luta contra o terrorismo e fortes interesses no setor de extração de urânio, com o qual abastece suas cruciais centrais nucleares.
No domingo passado, durante uma manifestação convocada em apoio aos líderes golpistas, várias centenas de pessoas protestaram violentamente em frente à embaixada francesa na capital do Níger.
Em resposta, o Governo do Presidente Emmanuel Macron advertiu veementemente que agiria "de forma imediata e decisiva" se houvesse ataques contra seus interesses.
Nesta segunda-feira, o Eliseu destacou que Macron conversou diversas vezes com Bazoum, e com seu antecessor que atua como mediador, bem como com dirigentes de outros países da região, dentro de uma longa série de contactos em busca de uma solução para a crise no Níger.
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