O porta-voz da diplomacia indiana, Arindam Bagchi, disse hoje que o seu país tinha sido convidado para a reunião de dois dias em Jidá, explicando que a sua "participação está em consonância com a posição de longa data de que o diálogo e a diplomacia são o caminho a seguir".
Bagchi não esclareceu quem representará o país na reunião.
A Arábia Saudita acolherá representantes de 30 países num encontro que inclui não apenas potências ocidentais, mas também de países com posições próximas das de Moscovo, como Índia ou Brasil.
A reunião, que contará com a presença do conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, pretende ser uma continuação do encontro realizado em junho em Copenhaga e que também contou com a presença da Turquia e da África do Sul.
O objetivo final é aproximar posições sobre princípios comuns para a solução pacífica do conflito na Ucrânia, criando uma base para futuras negociações de paz.
Na quarta-feira, a Rússia acusou as potências ocidentais de tentarem criar uma "coligação antirrussa" na reunião que se realizará na Arábia Saudita.
"Sob o pretexto de uma conversa com aqueles que não são indiferentes, de facto, eles querem formar uma coligação antirrussa, revelando a pseudo-unidade do mundo ao rejeitar as ações da Rússia", disse Maria Zakharova, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, acrescentando que a reunião não passa de "uma farsa".
Zakharova sublinhou que a chamada "Fórmula Zelensky" - uma referência ao plano apresentado pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky - "não tem nada a ver com a paz".
A porta-voz defendeu que a reunião na Arábia Saudita é uma nova tentativa de Kiev de "monopolizar o direito de apresentar iniciativas de paz" e lembrou que o plano de Zelensky é inadmissível para Moscovo.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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