Pelo menos 23 mortos e 44 desaparecidos em naufrágios ao largo da Tunísia

Pelo menos 23 migrantes, todos originários da África subsaariana, morreram e outros 44 estão desaparecidos após naufragarem no Mediterrâneo, ao largo da cidade portuária tunisina de Sfax, epicentro da emigração clandestina, anunciaram hoje fontes judiciais.

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Lusa
07/08/2023 17:37 ‧ 07/08/2023 por Lusa

Mundo

Migrações

O porta-voz do tribunal de Sfax (centro-leste), Fawzi El-Masmoudi, indicou que as autoridades tunisinas recuperaram durante o fim de semana um total de 23 cadáveres de migrantes cujas embarcações precárias se afundaram quando tentavam chegar à Europa.

Um anterior balanço das autoridades tunisinas dava conta de quatro mortos e 51 desaparecidos.

O último naufrágio ocorreu no domingo em frente à ilha de Kerkennah, em que apenas duas das 57 pessoas a bordo -- todas procedentes da África subsaariana -- foram até agora resgatadas com vida, prosseguindo ainda as operações da Guarda Costeira de busca de sobreviventes.

Segundo o mais recente relatório do Fórum Tunisino pelos Direitos Económicos e Sociais (FTDES), pelo menos 903 pessoas morreram ou desapareceram durante os sete primeiros meses deste ano, ao passo que mais de 35.000 pessoas foram intercetadas pela Guarda Costeira quando se preparavam para atravessar o mar Mediterrâneo central, a mais mortífera rota migratória conhecida.

Em princípios de julho, mais de um milhar de cidadãos subsaarianos, incluindo residentes legais e requerentes de asilo, foram desalojados e detidos em Sfax -- principal ponto de partida dos migrantes ilegais em direção à Europa -- durante operações maciças para serem deportados à força para as fronteiras terrestres com a Líbia e a Argélia, numa zona desértica sem acesso a comida, água ou assistência.

Após mais de uma semana, 600 pessoas que se encontravam do lado líbio da fronteira foram realojadas pela organização Crescente Vermelho em centros de acolhimento, embora centenas delas -- cujas identidades se desconhece -- continuem retidas.

As autoridades líbias anunciaram ter recuperado pelo menos 20 cadáveres, entre os quais o de um menino pequeno, em vários acampamentos improvisados.

Nas últimas semanas, o Governo tunisino acusou as organizações internacionais, especialmente as Nações Unidas, de declarações "imprecisas e até enganosas" sobre estas expulsões e defendeu que Tunes "não é responsável por tudo o que acontece fora das suas fronteiras".

A organização não-governamental de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) instou a União Europeia (UE) a suspender o apoio financeiro à Tunísia, depois de o Governo ter assinado com ela, a 16 de julho, um acordo para reforçar as suas fronteiras em troca de investimentos europeus substanciais, incluindo um pacote de 105 milhões de euros para resgates no mar e "retornos voluntários", e garantiu que o país magrebino não é um lugar "seguro".

Leia Também: Quatro mortos e 51 desaparecidos em novo naufrágio ao largo da Tunísia

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