Ucrânia garante centrais nucleares em plena capacidade no inverno
As centrais nucleares situadas nos territórios controlados pela Ucrânia estarão em plena capacidade antes do inverno para fornecer eletricidade ao país, assegurou hoje o operador nuclear ucraniano.
© Maxym Marusenko/NurPhoto via Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
"O sistema elétrico será fornecido com toda a potência de que dispomos" e após a manutenção de diversos reatores antes do inverno, declarou aos media o presidente da Energoatom, Petr Kotin.
O responsável exprimia-se na central de Pivdennooukraïnsk, sul da Ucrânia, por ocasião da reativação de um dos seus três reatores -- cada um com uma potência de 1.000 megawatts.
A Ucrânia possui atualmente três centrais -- nove reatores no total -- no território que controla.
A quarta, considerada a maior da Europa e situada em Zaporijia -- com seis reatores -- mantêm-se sob controlo das forças russas desde março de 2022.
"Vamos chegar ao inverno com nove reatores em plena capacidade", indicou Kotin, precisando que quatro reatores atualmente em reparação estarão operacionais antes de novembro, para uma potência total de 7.600 megawatts.
A central de Zaporijia "ainda está sob ocupação" russa e garante 6.000 megawatts.
"É muito importante que retomemos o controlo [de Zaporijia], e dessa forma não haverá nenhum problema para fornecer eletricidade à Ucrânia", indicou.
O Exército ucraniano promove deste o início de junho operações ofensivas no leste e sul para tentar retomar os territórios ocupados pelas milícias separatistas russófonas e as forças russas, em particular após a invasão militar da Rússia em fevereiro de 2022.
Segundo Kotin, as centrais nucleares sob controlo ucraniano "não foram diretamente abrangidas" pelas vagas de bombardeamentos russos sobre infraestruturas elétricas no outono e inverno passados, e que privaram de energia elétrica diversas zonas do país.
O patrão da Energoatom também não manifestou surpresa pelas declarações do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), o argentino Rafael Grossi, quando anunciou não ter sido detetado pelos peritos da agência qualquer explosivo nos telhados da central de Zaporijia.
No início de julho a Ucrânia acusou Moscovo de preparar uma "provocação", com o Exército de Kiev a garantir que nos telhados dos reatores 3 e 4 "estavam colocados objetos semelhantes a engenhos explosivos".
Os peritos da AIEA "têm um acesso muito limitado. Tiveram acesso ao telhado de duas unidades [em seis]. Não foram autorizados a deslocar-se a outras unidades (...). Eles [os russos] não permitem simplesmente o acesso", comentou Petr Kotin.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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