Níger. União Africana apoia CEDEAO após decisão de enviar força militar

O presidente da Comissão da União Africana manifestou hoje o seu "firme apoio às decisões" da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que na quinta-feira decidiu enviar uma "força de reserva" para restaurar a ordem constitucional no Níger.

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Lusa
11/08/2023 11:46 ‧ 11/08/2023 por Lusa

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"O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, manifesta o seu firme apoio às decisões da CEDEAO sobre a alteração anticonstitucional no Níger", afirma, numa declaração divulgada hoje.

Moussa Faki Mahamat manifestou ainda a sua "profunda preocupação" com a "deterioração das condições de detenção" do Presidente do Níger, Mohamed Bazoum, qualificando de "inaceitável" o tratamento que lhe foi reservado pelas autoridades militares que o derrubaram, desde 26 de julho.

De acordo com a ONG Human Rights Watch, que falou com Mohamed Bazoum, este descreveu o tratamento da sua família como "desumano e cruel", dizendo que não tem eletricidade desde 02 de agosto e que não tem contacto humano há uma semana.

"Este tipo de tratamento de um Presidente democraticamente eleito através de um processo eleitoral regular é inadmissível", denunciou Moussa Faki Mahamat, apelando "a toda a comunidade internacional para que congregue todos os seus esforços para salvar a vida e a integridade moral e física do Presidente Mohamed Bazoum".

No dia seguinte à cimeira da CEDEAO, o líder da UA apelou "às autoridades militares para que ponham urgentemente termo à escalada com a organização regional, ao desafio para com ela e à continuação do sequestro do Presidente em condições que se estão a deteriorar de forma preocupante".

Na quinta-feira, a CEDEAO ordenou o envio de uma "força de reserva" para restabelecer a ordem constitucional no Níger, composta por tropas da Costa do Marfim, da Nigéria e do Benim.

No entanto, o bloco da África Ocidental não excluiu as vias diplomáticas para reintegrar Bazoum.

O presidente nigeriano, Bola Tinubu, que detém a presidência rotativa da CEDEAO, disse na quinta-feira que esperava "chegar a uma resolução pacífica", acrescentando que o uso da força como "último recurso" não podia ser excluído.

O Níger está sob um regime militar que emergiu depois de um golpe de Estado e apresentou os membros do Governo saído desta ação militar pouco antes do início da cimeira.

O executivo é liderado por Ali Mahaman Lamine Zeine e é composto por 20 ministros e o anúncio foi utilizado para demonstrar a transição do poder naquele país africano, mas pode ser encarado como um sinal de desafio à CEDEAO.

[Notícia atualizada às 13h36]

Leia Também: Níger. UE preocupada com condições de detenção de presidente deposto

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