O parlamento foi dissolvido na quarta-feira e, de acordo com a Constituição, as eleições devem realizar-se nos próximos 90 dias.
É prática corrente no Paquistão nomear um governo de gestão para o período eleitoral.
Kakar foi escolhido no fim de semana pelo primeiro-ministro cessante, Shehbaz Sharif, e pelo líder da oposição, Raza Riaz, para gerir os assuntos da administração até à eleição de um novo governo.
Considerado próximo dos militares, segundo a agência norte-americana AP, Kakar, 51 anos, demitiu-se do Senado e da chefia do pequeno Partido Awami do Balochistão para assumir as novas funções.
A posse, conferida pelo Presidente Arif Alvi, ocorreu no dia em que o Paquistão celebra 77 anos de independência.
O país da Ásia do Sul de mais de 247 milhões de habitantes tornou-se independente quando o Reino Unido abandonou a Índia e dividiu o subcontinente em 1947.
A crise política no Paquistão agravou-se com a condenação, em 05 de agosto, do antigo primeiro-ministro Imran Khan a três anos de prisão por corrupção.
Antiga estrela internacional de críquete, o desporto mais popular no Paquistão, Khan, 70 anos, está atualmente detido numa prisão de alta segurança na província oriental do Punjab.
Apesar da sentença, continua a ser popular e espera-se que o seu partido da oposição, o Movimento Paquistanês pela Justiça (Pakistan Tehreek-e-Insaf), faça frente à Liga Muçulmana do Paquistão, de Sharif, nas próximas eleições, segundo a AP.
Khan, que recorreu da sentença, não pode participar nas eleições, a menos que a condenação seja anulada, por a legislação paquistanesa impedir alguém com uma condenação penal de liderar um partido, ser candidato ou ocupar cargos públicos.
O antigo primeiro-ministro foi alvo de críticas internacionais por ter mantido uma visita oficial à Rússia em 2022, que iniciou quando as tropas de Moscovo invadiram a Ucrânia.
Khan foi afastado do poder em abril de 2022, ao perder uma moção de censura no parlamento, e foi substituído por Sharif na chefia do governo.
No discurso de despedida à nação, proferido durante a noite, Sharif, 71 anos, pediu aos paquistaneses que tomassem a "decisão correta" quando fossem votar e culpou Khan pela crise económica que o país enfrentava quando chegou ao poder.
Khan já tinha sido detido uma primeira vez em meados de maio, mas foi libertado depois de manifestações dos seus apoiantes.
Desde então, pelo menos 10 pessoas morreram em confrontos entre apoiantes de Khan e a polícia, que prendeu mais de cinco mil pessoas relacionadas com os tumultos.
Além da violência política, o Paquistão vive uma crise económica que se agravou com a subida global de preços após a invasão da Ucrânia, tendo a inflação atingido 38% em maio deste ano.
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