Quando Merle Dutton atravessou o quintal da remota casa da sua mãe, em Nova Gales do Sul, na Austrália, no final de março do ano passado, nada o poderia ter preparado para o que iria encontrar.
"Olhei e vi um cão a mastigar o que eu pensava ser um canguru, mas não era um canguru", explicou, aqui citado pelo news.com.au.
E acrescentou: "Não pensei em nada até me aproximar um pouco mais, então percebi que era um ser humano. Saí a correr e a gritar".
Na verdade, encontrou aquilo que era já o corpo em decomposição da sua sobrinha e mãe de dois filhos, Lasonya Dutton, de 31 anos, desaparecida há já quatro dias.
Estava deitada na relva, a apenas quatro metros da janela da cozinha da casa da família, na remota cidade de Wilcannia.
A morte misteriosa de Lasonya causou um choque na pequena comunidade. O seu pai, Keith Dutton, passou mais de um ano a lutar por respostas da polícia e a perguntar como a sua filha podia estar ali há tanto tempo sem que algum membro da família a visse.
Poucas horas após chegar ao local, a polícia considerou a morte de Lasonya como suicídio. Isto porque, segundo as autoridades, a mulher foi encontrada com um cabo elétrico enrolado à volta do pescoço, que pensavam ter sido usado para se enforcar num poste de cerca, com apenas um metro e meio de altura.
Porém, Keith Dutton não acreditava nessa teoria e realizou a sua própria investigação, reconstruindo aquilo que terão sido os últimos dias da filha - o que levou as autoridades, num momento posterior, a olhar para o caso numa outra perspetiva.
Além disso, no relatório da autópsia de Lasonya, foi depois revelado que o médico legista "não pôde excluir o envolvimento de terceiros" na morte de Lasonya Dutton e considerou as circunstâncias da sua morte suspeitas.
Perante a insistência da família, o Tribunal de Medicina Legal de Nova Gales do Sul assumiu agora a investigação da polícia local, estando a trabalhar na realização de um inquérito. Para Keith Dutton, essa pode ser a única solução para o caso da sua filha.
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