Bloqueio após golpe no Níger colapsa centros de assistência a migrantes

O encerramento das fronteiras e do espaço aéreo após o golpe de Estado no Níger levou ao limite a pressão sobre vários centros onde os migrantes recebem ajuda e aguardam a transferência voluntária para outros países, alertou a OIM.

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Lusa
18/08/2023 15:17 ‧ 18/08/2023 por Lusa

Mundo

Níger

Mais de 60.000 migrantes atravessaram o Níger no primeiro semestre do ano para tentar chegar a outras zonas, na sua maioria com destino ao norte de África e mesmo ao sul da Europa.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) tem sete centros de trânsito em pontos estratégicos ao longo desta rota, nas zonas de Agadez e Niamey.

Nestas instalações estão já cerca de 5.000 pessoas, enquanto outras 1.800 estão concentradas no exterior.

Estes centros acolhem as pessoas que querem participar nas operações de regresso voluntário aos seus respetivos países, mas todos os voos foram adiados ou mesmo cancelados até nova ordem.

Só em dez dias, foram cancelados os voos de mais de mil migrantes, na sua maioria provenientes do Mali ou da Guiné-Conacri, alertou a organização, que receia que a saturação dos centros acabe por afetar a saúde e a segurança.

O golpe de Estado no Níger foi liderado em 26 de julho pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), que anunciou a destituição do Presidente e a suspensão da Constituição.

O Níger tornou-se o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também realizaram golpes de Estado entre 2020 e 2022.

Leia Também: Golpe de Estado no Níger foi um "capricho" dos militares

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