Níger. CEDEAO em Niamey para transmitir "mensagem de firmeza"

Uma delegação da Comunidade de Estados da África Ocidental (CEDEAO) chegou hoje à capital do Níger, Niamey, para tentar uma nova mediação diplomática e "transmitir uma mensagem de firmeza" face ao golpe militar de julho.

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Lusa
19/08/2023 16:33 ‧ 19/08/2023 por Lusa

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CEDEAO

De acordo com a agência francesa de notícias France-Presse (AFP), que cita fontes próximas da delegação, o avião aterrou por volta das 13:00 locais, mesma hora em Lisboa, levando uma delegação liderada pelo antigo presidente nigeriano Abdulsalami Abubakar.

O antigo chefe de Estado da Nigéria já tinha visitado o país em 03 de agosto, mas não se encontrou nem com o líder da junta militar que governa o país, Abdourahamane Tiani, nem com o Presidente deposto, Mohamed Bazoum, algo que a delegação vai agora tentar fazer.

O conjunto de emissários da CEDEAO vai transmitir "uma mensagem de firmeza" aos militares do Níger e encontrar-se com Bazoum, que continua detido, no dia seguinte a uma reunião dos chefes militares da CEDEAO ter confirmado que haverá uma intervenção caso os militares nigerinos não devolvam o poder ao Presidente.

O comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança do bloco, Abdel-Fatau Musah, garantiu após o encontro de dois dias que "se as opções pacíficas fracassarem", optarão por uma "intervenção militar cirúrgica" contra a junta militar no Níger.

O encontro ocorreu depois de os chefes de governo da CEDEAO - bloco formado por 15 países -- terem determinado em 10 de agosto ativar a "força de reserva" da organização, embora também tenham priorizado o diálogo para resolver a crise do Níger.

Possíveis ações militares dividiram a região, com os governos da Nigéria, Benim, Costa do Marfim e Senegal a confirmarem publicamente, nas últimas semanas, a disponibilidade dos seus exércitos para intervir em território nigerino.

No outro extremo, os vizinhos Mali e Burquina Faso, governados por juntas militares, opõem-se ao uso da força e argumentam que qualquer intervenção no Níger equivaleria a uma declaração de guerra também contra os seus países.

Além do Chade, a Guiné-Conacri, a Argélia e Cabo Verde rejeitaram essa intervenção militar, defendendo antes o diálogo.

O chefe da Guarda Presidencial nigerina, Abdourahmane Tiani, anunciou, em 26 de julho, a deposição de Mohamed Bazoum e o encerramento das fronteiras, devido à profunda crise económica e de segurança no país, que enfrenta um aumento das operações das ramificações do grupo extremista Estado Islâmico e da Al-Qaida.

O Níger é o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burquina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.

Leia Também: CEDEAO garante "intervenção militar" se negociações falharem no Níger

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