Navalny incita russos a votarem contra Kremlin em eleições regionais

O principal opositor ao regime vigente na Rússia, Alexei Navalny, apelou hoje, a partir da prisão, aos cidadãos russos para irem votar "em qualquer candidato" menos naqueles que estão no poder, nas eleições regionais de 10 de setembro.

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Lusa
21/08/2023 15:35 ‧ 21/08/2023 por Lusa

Mundo

Navalny

"Devemos votar", escreveu na sua página da Internet o crítico de longa data do Presidente russo, Vladimir Putin.

"Escolham um candidato que não seja membro da Rússia Unida, há muitos bons", acrescentou, referindo-se ao partido no poder.

Os cidadãos russos vão às urnas para eleger o presidente da câmara de Moscovo e vários governadores regionais, num escrutínio considerado pela oposição como estando preparado para beneficiar o partido governante.

Já na prisão a cumprir outra pena, Navalny, de 47 anos, foi condenado no início de agosto a 19 anos de prisão por "extremismo".

O opositor disse querer que os russos "conservem o hábito de ir às urnas", porque "mais cedo ou mais tarde, haverá eleições livres" no país.

Considerou também necessário "apoiar as pessoas que desejam candidatar-se" e "manter vivo o que resta dos procedimentos" para monitorizar o ato eleitoral.

No entanto, admitiu esperar um elevado nível de fraude e descreveu a eleição do autarca da capital como "falseada" e "sem sentido".

A reeleição do presidente da câmara cessante, Serguei Sobianin, é encarada como uma mera formalidade.

No 18.º mês da guerra contra a Ucrânia, a Rússia enfrenta uma vaga de repressão interna cujos alvos são tanto elementos destacados da oposição como milhares de cidadãos comuns que criticaram a ofensiva.

Na sexta-feira, um tribunal russo colocou o copresidente do grupo independente de observação de eleições Golos (que significa Voz) em prisão preventiva por pelo menos dois meses.

Alexei Navalny, atualmente com três condenações, começou a ser perseguido pela justiça russa antes do conflito na Ucrânia, mas o seu destino agravou-se desde então.

Foi detido ao regressar da Alemanha, no início de 2021, depois de ter sobrevivido 'in extremis' a um envenenamento que imputa aos serviços de segurança russos, em cumprimento de ordens do Kremlin (Presidência russa).

E a sua maratona judicial corre o risco de não ficar por aqui: o opositor indicou que vai também ser julgado por "terrorismo" no âmbito de outro caso, do qual são, por enquanto, conhecidos poucos pormenores.

Leia Também: EUA punem 4 agentes russos por envolvimento em envenenamento de Navalny

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