O anúncio aconteceu após uma reunião de responsáveis dos dois partidos que acordaram que o Orçamento de Estado será a primeira questão em cima da mesa para chegar a um acordo governamental.
O presidente interino do ÖVP, Christian Stocker, insistiu que, para o seu partido, é essencial manter a soberania do país, especialmente em relação à Rússia, alinhamento com União Europeia, a defesa da "democracia ocidental liberal" e o Estado de direito.
O partido conservador já indicou os seus elementos que vão negociar com o FPÖ, partido de extrema-direita e nacionalista.
Após a vitória eleitoral do FPÖ no final de setembro, os conservadores, o Partido Social Democrata e o liberal Neos iniciaram contactos para formar um governo sem os nacionalistas.
O chanceler cessante e antigo dirigente do ÖVP, Karl Nehammer, recusou-se então a celebrar um pacto com o FPÖ que incluísse o líder do partido, Herbert Kickl, no governo.
Nehammer acabou por se demitir no sábado, depois de ter sido confirmado, primeiro, que Neos estava fora das negociações e, depois, que as conversações com os sociais-democratas tinham fracassado.
Se as negociações com o ÖVP forem bem-sucedidas, será a primeira vez que o FPÖ, na pessoa de Kickl, assumirá a chefia do governo, depois de ter participado várias vezes no executivo.
Apesar de os programas do FPÖ e do ÖVP serem muito semelhantes em matéria de política económica e de migração, diferem em termos de política externa, de política judicial, de política de segurança e de liberdade de expressão.
O receio dos restantes partidos e da sociedade civil é que um executivo liderado pelo FPÖ acabe por minar o Estado de Direito e limitar a liberdade de imprensa, assim como a independência do poder judicial, seguindo o modelo húngaro ou eslovaco.
As últimas sondagens colocam o ÖVP e o SPÖ em cerca de 20-21% cada, enquanto o FPÖ, que ganhou as eleições com 28,8%, aumentou ainda mais a sua vantagem para 35-37%.
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