"As nossas unidades tiveram sucesso no sudeste de Robotyne e no norte da cidade de Mala Tokmachka, na província de Zaporíjia, escreveu a vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Maliar, na sua conta no Telegram.
O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês), um 'think tank' norte-americano que acompanha o curso do conflito, identificou recentemente um avanço ucraniano "de importância tática" na área de frente de Robotyne.
Este avanço, segundo o ISW, teria permitido às forças ucranianas começarem a atravessar o território minado pelos russos perto da cidade de Tokmak, localizada 30 quilómetros a sudoeste de Robotyne.
Maliar também disse que os combates continuam na área de Robotyne. A leste da cidade, disse ainda a vice-ministra, os russos tentam, sem sucesso, recuperar as posições perdidas nos últimos dias.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou hoje, por sua vez, que suas tropas estão a avançar em Kupyansk (leste da Ucrânia), repelindo os ataques das forças inimigas em Robotyne.
"Na direção de Kupyansk [região de Kharkiv], as unidades do grupo ocidental melhoraram as suas posições ao longo da linha de frente, com o apoio da aviação tática e do fogo de artilharia", disse o último relatório de guerra russo.
De acordo com o comunicado da Defesa, o exército russo repeliu quatro ataques ucranianos em Kupyansk no último dia e mais dez noutras frentes.
A mesma fonte reivindicou que cinco outros ataques foram repelidos em Robotyne, outro dos cenários de combate nas últimas semanas.
A vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Maliar, admitiu as tentativas da Rússia de avançar em Kupiansk, onde disse que a situação "é difícil".
Mas, segundo Maliar, na semana passada as tropas de Kyiv venceram "todas as batalhas" nessa frente, onde continuam a "resistir fortemente" ao avanço russo.
A Ucrânia lançou no início de junho a sua esperada contraofensiva terrestre em três segmentos diferentes da frente. Desde então, Kyiv relatou avanços na frente de Bakhmut (leste), no sudoeste da província de Donetsk e no oeste de Zaporíjia.
A Rússia continua a ter a iniciativa no eixo Kupyansk-Liman, no nordeste da Ucrânia.
No seu último relatório, divulgado na madrugada de hoje, o ISW afirmou que imagens geolocalizadas publicadas em 19 e 20 de agosto mostram que as forças ucranianas avançaram recentemente a leste de Robotyne.
Segundo o ISW, os ataques ucranianos contra as áreas de retaguarda russas "estão a gerar descontentamento no espaço de informação russo e a provocar críticas ao comando militar, como a Ucrânia provavelmente pretende", além de indicações de dificuldade de reposição de militares, em concreto falta de oficiais subalternos.
O ISW apontou também que os ataques ucranianos na retaguarda russa "estão comprovadamente a degradar o moral das forças russas na Ucrânia, o que pode ameaçar a estabilidade das defesas russas em várias áreas críticas da frente".
O 'think tank' alertou porém que as questões de moral relativas às defesas russas só serão relevantes se forem levadas a "um ponto de rutura" e as forças ucranianas tirarem vantagem disso.
Também hoje, a Rússia reivindicou ter impedido novos ataques de 'drones' ucranianos perto de Moscovo e na região de Kaluga, que não causaram vítimas ou danos.
Detetada pela defesa aérea russa na última madrugada, uma aeronave não tripulada foi "neutralizada através de meios de guerra eletrónica" e "caiu perto da vila de Pokrovskoie, no distrito de Odintsovo", sudoeste de Moscovo, referiu o Exército russo.
Mais tarde, noutro "ataque terrorista do regime de Kyiv", a defesa aérea russa disparou contra um 'drone' no distrito de Istra, também na região de Moscovo, de acordo com para a mesma fonte.
A agência de notícias russa Ria Novosti adiantou que, após estes incidentes, os aeroportos internacionais Vnukovo e Domodovo, na capital russa, impuseram temporariamente restrições às partidas e chegadas e redirecionaram vários voos.
Mais tarde, um terceiro ataque de 'drones' ucranianos foi frustrado na região de Kaluga, localizada a sudoeste de Moscovo, de acordo com o governador regional Vladislav Chapcha.
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