"Dei a ordem para ativar imediatamente todos os esquadrões da paz. Mais de quatro milhões de líderes do país, chefes de esquadrões da paz, até o último canto da Venezuela, de norte a sul, de leste a oeste, e garantir a união civil-militar", anunciou.
O anúncio teve lugar no programa radiofónico e televisivo "Con Maduro+", onde se referiu às recentes declarações do político opositor António Ledezma de que "na Venezuela está em curso uma rebelião civil com apoio militar" e à decisão do procurador-geral Tarek William Saab de o acusar de conspiração e traição à pátria.
"O procurador-geral da República agiu rapidamente e devemos acompanhar e apoiar todas as instituições para que se faça justiça na Venezuela. Não se pode permitir que o fascismo, o golpismo, volte a encher as ruas de violência, que voltem a encher de confrontação estéril", disse.
Maduro apelou ainda aos venezuelanos a defenderem a paz, a soberania e a união interna e explicou que "em 2001 anunciaram o golpe [de Estado] que deram em 2002" e em "2014 anunciaram a famosa La Salida".
"Quanta gente mataram, quanta gente queimaram viva. Assim o fizeram em 2017. Quanto dano fizeram em 120 dias até que os derrotarmos com a [Assembleia] Constituinte", frisou.
Segundo Maduro, também em 2019 o Governo "derrotou, esmagou, pulverizou" o opositor Juan Guaidó, que jurou publicamente assumir as funções de Presidente interino do país até o afastar do poder.
O Ministério Público da Venezuela (MPV) solicitou hoje a detenção do ex-presidente da Câmara Metropolitana de Caracas, António Ledezma, a quem acusa de conspiração, traição à pátria, instigação para cometer delito e associação criminosa.
As acusações surgem depois de o político opositor afirmar à imprensa estrangeira que na Venezuela está em curso uma "rebelião civil", com apoio militar.
O anúncio foi feito pelo procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, numa conferência de imprensa em Caracas, durante a qual informou ter feito um pedido de extradição de António Ledezma à Espanha, onde o político opositor se encontra asilado desde há vários anos.
O procurador-geral sublinhou que a Venezuela espera "que as autoridades de Espanha se pronunciem e respeitem as leis internacionais" e que o MP vai continuar a atuar para prevenir qualquer ato violento no país.
Num vídeo da entrevista a "Fatores de Poder", António Ledezma, afirma estar em conversações com militares venezuelanos, para o caso de não ser aceite a candidatura de Maria Corina Machado, do partido Vente Venezuela, que é tida como favorita para as primárias da oposição de outubro, mas que as autoridades venezuelanas dizem estar legalmente desqualificada.
Durante a entrevista, o político diz que "a única maneira de poder avançar com a inscrição de uma mulher que está sendo vetada pelo regime, é pondo em marcha a desobediência civil", sublinhando que "se está a falar com militares que pedem para não revelar os seus nomes".
Entretanto o opositor já reagiu às acusações que atribui "a mais um guião da política de acosso continuado do regime".
António Ledezma, de 68 anos, foi detido em 19 de fevereiro de 2015, tendo sido submetido ao regime de prisão domiciliária, sob a acusação de ter participado em "projetos conspirativos" contra o regime e a vida do Presidente, Nicolás Maduro.
Em 2017, António Ledezma fugiu para a vizinha Colômbia, onde foi detido, e depois autorizado a viajar para Espanha, onde permanece em asilo.
Leia Também: MP da Venezuela acusa opositor Ledezma de conspiração e traição à pátria