"No setor de Kupyansk [na frente de Kharkiv, leste do país], as formações de assalto do grupo militar avançaram nas áreas designadas e melhoraram as suas posições táticas", disse o porta-voz da Defesa, tenente-general Igor Konashenkov.
O porta-voz militar reivindicou que as unidades russas, com o apoio da aviação e da artilharia, repeliram quatro ataques ucranianos naquele setor da frente nas proximidades das cidades de Sinkivka (Kharkiv), Novoegorivka e Novoselivske (Lugansk).
No setor da frente de Zaporijia, região sul, onde decorrem os combates mais intensos, as forças russas dizem ter repelido quatro ataques ucranianos à cidade de Robotyne, parcialmente recapturada pela Ucrânia como parte da sua contraofensiva.
As autoridades ucranianas deram por sua vez conta de que a ameaça de mísseis e ataques aéreos russos persiste em toda a Ucrânia, segundo o Estado-Maior de Kiev, e que mais de 30 combates ocorreram na frente nas últimas 24 horas.
De acordo com o Estado-Maior General das Forças Armadas da Ucrânia, citado pela agência Ukrinform, as tropas russas lançaram quatro ataques com mísseis e 58 ataques aéreos, e abriram fogo com múltiplos sistemas de lançamento de 'rockets' (MLRS) contra posições ucranianas 60 vezes; na última noite, atacaram novamente o território ucraniano com 'drones' suicidas Shahed-136/131 de fabrico iraniano.
As investidas russas com ataques de artilharia e morteiros, disse o Estado Maior, afetaram várias localidades nas províncias de Kharkiv e Lugansk, e também na província de Kherson e Zaporijia, no sul, onde as forças ucranianas anunciaram na terça-feira terem alcançado a localidade de Robotyne, cujas imediações foram igualmente visadas pelas tropas de Moscovo.
As forças ucranianas afirmaram que continuam a operação ofensiva na direção de Melitopol, onde estão a ganhar posições dentro das fronteiras recapturadas e a executar medidas de contra-ataque.
Nas últimas 24 horas, a Força Aérea da Ucrânia lançou 11 ataques contra posições russas e dois ataques contra sistemas de mísseis terra-ar.
A agência Ukrinform relatou também hoje o episódio de uma aterragem de um helicóptero militar russo em território controlado pelas forças ucranianas em circunstâncias ainda não esclarecidas.
Andriy Yusov, da secreta militar ucraniana, confirmou a informação da aterragem de um helicóptero russo MI-8 com a sua tripulação no campo de aviação de Poltava, na Ucrânia central,
"Sim, existe essa informação. Estamos a trabalhar com a tripulação também. Está tudo bem, só precisamos esperar um pouco e haverá novidades", limitou-se a dizer.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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