Um piloto russo desertou para a Ucrânia com a ajuda dos serviços secretos de Kyiv, levando o seu helicóptero MI-8 para o país, confirmou o general Kyrylo Budanov, chefe dos serviços secretos. A confirmação surgiu após uma notícia avançada pela agência de notícias Reuters.
Em declarações à Radio Liberty, numa entrevista que deverá ser transmitida na íntegra ainda esta semana, Budanov explicou como decorreu a operação, que aconteceu sem a restante tripulação estar a par.
"Fomos capazes de encontrar a abordagem correta para o homem", disse, citado pela CNN Internacional.
"Conseguimos criar condições para que toda a sua família saísse [da Rússia] sem ser detetada e, eventualmente, criar as condições para que ele pudesse assumir o controlo deste avião com uma tripulação que não sabia o que estava a acontecer", contou.
Segundo o chefe dos serviços secretos, mais "duas pessoas" estavam com o piloto, sendo "uma tripulação completa de três pessoas no total".
"Quando se aperceberam do local onde tinham aterrado, tentaram fugir. Infelizmente, foram eliminados. Preferíamos [apanhá-los] vivos, mas as coisas são como são", acrescentou.
Atualmente, "o piloto sente-se ótimo" e "está tudo bem". "Ele tem duas opções, mas está inclinado a ficar aqui. Nunca ninguém fez isto antes, mas espero que agora possamos aumentar a escala", afirmou o responsável ucraniano.
À CNN Internacional, o jornalista ucraniano Yuriy Butusov, que tem contactos no Ministério da Defesa, afirmou que o MI-8 tinha voado para uma base ucraniana e "está totalmente intacto e será integrado nas Forças Armadas ucranianas após um exame pormenorizado do seu equipamento".
Na quarta-feira, a Reuters avançou que os serviços secretos militares ucranianos (GUR) tinham "atraído deliberadamente um piloto militar para aterrar o seu helicóptero Mi-8 num aeródromo ucraniano".
"Esta foi uma operação do GUR. O avião deslocou-se de acordo com o plano", disse Andriy Yusov à Reuters.
Já segundo o jornal ucraniano Ukrainska Pravda, também citado pela Reuters, a operação durou mais de seis meses.
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