Num comunicado divulgado esta noite, o gabinete do primeiro-ministro afirmou que Israel "permite a máxima liberdade de movimentos na [Cisjordânia] tanto para israelitas como para palestinianos", mas justificou as palavras do ministro com os ataques de palestinianos a cidadãos israelitas.
"Infelizmente, os terroristas palestinianos aproveitam-se desta liberdade de circulação para assassinar mulheres, crianças e famílias israelitas. (...) Para evitar estes assassínios hediondos, as forças de segurança israelitas adotaram medidas de segurança especiais nestas zonas", lê-se no comunicado.
"Foi isto que o ministro Ben Gvir quis dizer quando afirmou que 'o direito à vida tem precedência sobre a liberdade de circulação'", acrescentou.
Na quarta-feira, ao explicar o apoio ao endurecimento das restrições impostas aos palestinianos neste território ocupado por Israel desde 1967, Ben Gvir declarou numa entrevista televisiva que o direito da sua família de circular pela Cisjordânia "é mais importante do que a liberdade de circulação dos árabes".
Os comentários do político ultranacionalista foram condenados por várias figuras proeminentes e organizações da esquerda israelita. Também o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana condenou "nos termos mais fortes possíveis" os comentários "racistas e odiosos" de Ben Gvir.
Líder do partido de extrema-direita Força Judaica, Ben Gvir foi acusado mais de 50 vezes na sua juventude de incitamento à violência ou discurso de ódio, tendo sido condenado em 2007 por apoiar um grupo terrorista e incitar ao racismo.
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