O presidente do Conselho Superior do Desporto (CSD) de Espanha, Victor Francos, referiu, esta segunda-feira, em conferência de imprensa sobre as medidas que serão tomadas em relação à denúncia apresentada contra Luis Rubiales, que "se chegar a resolução do TAD [Tribunal Arbitral do Desporto] a aceitar a reclamação, agiremos de imediato”.

"Continuamos a acreditar que a nossa reclamação tem todos os fundamentos legais para ser tratada como muito grave", começou por dizer Francos, acrescentando: "Ainda não temos notícias do TAD. Se o TAD considerar que se trata de uma infração muito grave, ativaremos os nossos mecanismos. Respeitamos a sua independência".

Estou preocupado. Há duas semanas estávamos em melhor posição para conseguir o Mundial de 2030 do que estamos hoje, mas somos um governo teimoso e estamos em condições de explicar à FIFA, à UEFA e a todas as federações internacionais que o desporto espanhol não é o que temos visto nestes dias e o futebol espanhol também não", afirmou na conferência de imprensa realizada em Tarragona. 

Sobre a reclamação da ministra de Trabalho e Economia Social espanhola, Yolanda Díaz, pelo atraso do CSD sobre este assunto, o presidente do CSD deu conta de que tudo o que é possível está a ser feito "para que o caso se resolva o mais rápido possível".

"Não é justo que haja quem diga que agimos mais lentamente do que a FIFA. Somos um órgão estatal e não privado, por isso, a tomada de decisões é mais lenta", esclareceu, reiterando: "Se o TAD comunicar a sua decisão e for 48 horas, não demoraremos 49 horas a reunir".  

Após Luis de la Fuente, que orienta a seleção masculina espanhola, ter sido 'apanhado' a aplaudir o discurso do presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF) quando anunciou que não se iria demitir, Francos revelou que não gostou dos aplausos. "Os governos não decidem sobre os selecionadores. Não gostei dos aplausos. Quando se trata de feminismo, não gosto das coisas que foram ditas na Assembleia", afirmou.

Sobre a greve de fome da mãe de Luíz Rubiales, o presidente do CSD referiu que "entra no campo pessoal". "O que uma mãe faz por um filho... não quero entrar nisso, isso entra no campo pessoal", salientou.

Recorde-se que a FIFA anunciou, no sábado, ter suspendido provisoriamente o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, na sequência do polémico beijo à jogadora da seleção espanhola Jenni Hermoso.

A polémica no futebol espanhol surgiu há uma semana, no passado domingo, durante as comemorações do inédito título mundial por parte da seleção feminina espanhola, que derrotou na final, disputada em Sydney, Inglaterra por 1-0, quando, na altura da entrega dos prémios, Luis Rubiales beijou na boca a autora do decisivo golo.

Seguiram-se inúmeras críticas ao sucedido, tendo Jenni Hermoso, após numa primeira versão ter dito que tudo ocorreu num momento de maior euforia, afirmando que não tinha consentido o beijo.

Depois de vários dias com muitas críticas por diversos setores da sociedade, a RFEF levou a cabo, na passada sexta-feira, uma Assembleia Geral Extraordinária, na qual era esperado o pedido de demissão de Rubiales, o que não veio a suceder, dando origem a um novo pico de contestação e extremado as posições, com as jogadoras a anunciarem não estarem disponíveis para representar a seleção enquanto os atuais dirigentes da RFEF se mantiverem nos cargos.

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