Pelo menos 125 mortos em agosto pela ADF no leste da RDCongo
Pelo menos 125 pessoas foram mortas em agosto pelas Forças Democráticas Aliadas (ADF) no leste da República Democrática do Congo (RDCongo), segundo uma organização da sociedade civil, lamentando um novo aumento no número de ataques dos rebeldes.
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Mundo RD Congo
"No espaço de um mês, mais de 125 pessoas foram mortas por ataques dos rebeldes das ADF e dos seus grupos aliados", afirmou o presidente do grupo da sociedade civil da cidade de Mamove, Kinos Kathuo, em declarações divulgadas pelos media locais.
"As ADF estabeleceram agora novos redutos depois de terem sido empurradas para oeste por ofensivas conjuntas dos exércitos do Uganda e da RDCongo", acrescentou Kathuo, que apresentou esta segunda-feira um novo relatório sobre os movimentos dos rebeldes, vistos com o braço armado do Estado Islâmico (EI) na região.
Os ataques deste mês ocorreram nos territórios de Beni, na província de Kivu do Norte, e de Irumu, na província de Ituri.
Kathuo apelou ao Governo congolês para que intensifique o destacamento das Forças Armadas da RDCongo (FARDC) na região.
O mesmo responsável da sociedade civil apelou igualmente à intervenção urgente da força conjunta das FARDC e do exército ugandês, presente na região desde 2021, com o objetivo de eliminar as ADF.
As ADF são um grupo rebelde de origem ugandesa com objetivos pouco claros, além da alegada ligação ao EI, que por vezes reivindica a responsabilidade pelos seus ataques.
Embora os peritos do Conselho de Segurança das Nações Unidas não tenham encontrado provas de apoio direto do EI às ADF, os EUA identificaram as ADF desde 2021 como uma "organização terrorista" afiliada ao grupo extremista islâmico.
Ainda que opere principalmente no leste da RDCongo, as autoridades do vizinho Uganda acusam o grupo de organizar ataques no seu território, como o de 16 de junho último, em que pelo menos 42 pessoas foram mortas, incluindo 37 estudantes, num ataque a uma escola no distrito de Kasese, no oeste do país.
A região leste da RDCongo está mergulhada desde 1998 num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército do país, apesar da presença da missão da ONU na RDCongo (Monusco), que conta com cerca de 16.000 efetivos no terreno.
A ausência de alternativas e de meios de subsistência estáveis levou milhares de congoleses a pegar em armas e, segundo o Barómetro de Segurança de Kivu (KST), o extremo leste da RDCongo é o campo de batalha de cerca de 120 grupos rebeldes.
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