Suspeito de vender componentes de uso militar à Rússia detido na Alemanha
As autoridades alemãs detiveram um homem suspeito de vender à Rússia componentes eletrónicos usados pelo exército na guerra contra a Ucrânia, anunciou hoje o Ministério Público (MP) alemão.
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Mundo Guerra na Ucrânia
O anúncio surge alguns dias depois da detenção na Alemanha de outro suspeito de venda de componentes militares à Rússia, e num contexto de receios de que os fabricantes de armas russas estejam a contornar as sanções europeias.
O suspeito agora detido, com dupla nacionalidade alemã e russa, terá exportado componentes em 26 ocasiões, entre janeiro de 2020 e março de 2023, para uma empresa russa que fabrica equipamento militar.
Os componentes em causa são usados num tipo de 'drone' (aparelho sem tripulação) fabricado pela empresa russa e estão abrangidos pelo embargo imposto pela União Europeia (UE) após Moscovo ter anexado a península ucraniana da Crimeia, em 2014.
As sanções de 2014 incluem a proibição da exportação de bens e tecnologias que podem ser utilizados para fins militares e civis.
Para contornar as sanções da UE, o suspeito "geralmente importava as mercadorias do estrangeiro para a Alemanha e depois exportava-as para a Rússia", segundo um comunicado citado pela agência francesa AFP.
Os componentes destinavam-se a duas empresas civis de fachada com sede na Rússia, que os enviavam para fabricantes de equipamento militar.
Após a invasão russa da Ucrânia, o suspeito terá começado a enviar as mercadorias para outros destinos, como o Dubai e a Lituânia, com a ajuda de destinatários fictícios no estrangeiro.
Os procuradores alemães avaliam o valor deste comércio em 715 mil euros.
Um outro homem de negócios alemão foi detido no início de agosto por suspeita de ter exportado para a Rússia, em 2015, equipamento para fabricar espingardas de atirador furtivo.
As entregas, feitas através de empresas terceiras na Suíça e na Lituânia, totalizaram cerca de dois milhões de euros.
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022, a UE reforçou o embargo e impôs 11 pacotes de sanções a Moscovo, mas a economia russa não entrou em colapso.
Em julho, a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, manifestou-se desapontada com o fraco impacto das sanções.
Desde que a UE impôs os embargos em 2022, as exportações globais para os países da Ásia Central aumentaram acentuadamente, o que sugere que mercadorias sensíveis estão a ser transferidas para a Rússia através de países terceiros.
No último pacote de sanções, em junho, a UE procurou reprimir a reexportação através de países terceiros de tecnologias suscetíveis de serem utilizadas no campo de batalha, como os 'microchips'.
Além das sanções contra Moscovo, os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armamento a Kyiv para combater as tropas russas.
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