A revelação do primeiro encontro conhecido entre os chefes da diplomacia dos dois países desencadeou protestos nas ruas de várias cidades líbias e fez com que a ministra dos Negócios Estrangeiros líbia, Najla Mangoush, tivesse viajado para a Turquia por temer pela sua segurança.
O primeiro-ministro líbio, Abdul Hamid Dbeibah, que lidera um dos governos rivais no país, disse estar a suspender temporariamente Mangoush do cargo devido ao encontro tornado público.
A Líbia não reconhece Israel e opõe-se a qualquer normalização com este país.
Netanyahu enviou a diretiva a todos os ministérios, solicitando a aprovação do seu gabinete antes de conduzirem quaisquer conversações políticas secretas.
A ordem impõe que Netanyahu aprove pessoalmente a publicação de informações relativas a reuniões sensíveis.
Um assessor de Netanyahu, Topaz Luk, disse que Netanyahu emitiu a ordem em resposta às consequências do escândalo na sequência do encontro entre os representantes de Israel e da Líbia, não sendo público se Netanyahu tinha conhecimento prévio do encontro do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Eli Cohen, com Mangoush.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel anunciou no domingo que Cohen se encontrou com Mangoush em Roma na semana passada, no que foi saudado como um passo "histórico" para a normalização dos laços com a Líbia.
Depois de ter estabelecido ligações diplomáticas com os xeques árabes do Golfo, os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein, durante a administração Trump, o Governo de Netanyahu quer fazê-lo com outros estados árabes - incluindo a Arábia Saudita - para mudar o seu estatuto entre países vizinhos hostis e acabar com seu isolamento regional.
A reação negativa serviu para recordar que, apesar da aproximação entre Israel e o mundo árabe, a população da região continua a opor-se a relações mais estreitas com Israel.
Na Líbia, os manifestantes incendiaram pneus, agitaram bandeiras palestinianas e gritaram contra Dbeibah, o primeiro-ministro.
Dbeibah é o líder da administração de Tripoli, no oeste da Líbia, e tem desafiado os apelos para que abandone o poder.
O país, rico em petróleo, está dividido entre dois governos rivais, o de Dbeibah, no Ocidente, e o do Leste, apoiado pelo marechal Khalifa Haftar, cada um apoiado por grupos armados e governos estrangeiros.
Na Líbia, qualquer relação com Israel, os seus órgãos nacionais ou qualquer entidade que o represente é passível de processo criminal com pena de prisão de três a dez anos, ao abrigo de uma lei que data de 1957.
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