"A condenação tornou-se definitiva, não se trata de uma conspiração para expulsar um candidato presidencial", garantiu Ismaila Madior Fall, numa entrevista à revista Jeune Afrique, citada pela agência France-Presse.
A exclusão de Sonko da possibilidade de concorrer às eleições presidenciais decorre da sua condenação a dois anos de prisão, em junho, num processo de abuso de uma massagista, em 2021, que o político diz ser um pretexto para o afastar da corrida presidencial.
As autoridades anunciaram a dissolução do seu partido e efetuaram centenas de detenções, o que suscitou fortes críticas por parte dos ativistas dos direitos humanos, mas o governo invoca a necessidade de proteger a população contra o que descreve como um projeto insurrecional dada a convocação frequente de manifestações que muitas vezes acabam em confrontos e por vezes com vítimas mortais.
A ministra estima em "cerca de 500" o número de pessoas detidas em 2023 no âmbito das manifestações.
"Os que estão atrás das grades danificaram lojas e bancos, atacaram postos da polícia e incendiaram câmaras municipais", disse a governante, assegurando que "não há prisioneiros políticos no Senegal".
O Senegal assistiu a uma significativa agitação nas ruas durante os dois anos de impasse entre o Governo e Sonko, detido no final de julho sob várias acusações, nomeadamente de incitamento à insurreição, associação criminosa a um projeto terrorista e atentado à segurança do Estado.
Sonko, candidato declarado às eleições presidenciais de 2024, foi condenado, em maio, a seis meses de prisão suspensa, após recurso, por difamação de um ministro, e a dois anos de prisão, em junho, por um caso que envolvia abusos sexuais.
O popular líder da oposição tem denunciado reiteradamente a instrumentalização da justiça pelo Presidente senegalês, Macky Sall, para o impedir de concorrer às próximas eleições presidenciais, previstas para 2024.
Conhecido pelo seu discurso antissistema, Sonko critica a má governação, a corrupção e o neocolonialismo francês, e tem muitos seguidores entre a juventude senegalesa.
Desde a sua detenção, eclodiram vários tumultos em Dacar e noutras cidades do país entre as forças policiais e os jovens, que queimaram pneus, montaram barricadas e bloquearam estradas em sinal de protesto.
Os protestos resultantes da prisão de Sonko somam já 15 mortes e danos materiais consideráveis.
Em 30 de julho, entrou em greve de fome e desde 06 de agosto que está hospitalizado, tendo na semana passada sido internado nos cuidados intensivos, segundo os seus advogados.
O advogado Juan Branco, que defende Ousmane Sonko, foi detido em Dacar no início de agosto no âmbito dos distúrbios, colocado sob vigilância judicial e depois deportado para França.
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