Meteorologia

  • 15 NOVEMBER 2024
Tempo
12º
MIN 13º MÁX 18º

Ataques na Crimeia? "Oportunidade de agir contra todos os países da NATO"

Medvedev ameaçou que os continuados ataques ucranianos contra território russo representam "um casus belli [ocasião para a guerra] refinado" e "a oportunidade de agir no âmbito do jus ad bellum [direito à guerra] contra todos os países da NATO".

Ataques na Crimeia? "Oportunidade de agir contra todos os países da NATO"

O antigo presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, voltou a ameaçar “todos os países da NATO”, face às repetidas investidas ucranianas contra território russo, nomeadamente a Crimeia.

“Se for verdade (e não há razão para duvidar), então esta é uma prova direta e legalmente significativa da cumplicidade do Ocidente na guerra contra a Rússia ao lado do Estado de Stepan Bandera”, começou por dizer, referindo-se ao político ultranacionalista ucraniano.

O responsável foi mais longe, lançando tratar-se de “um casus belli [ocasião para a guerra] refinado” que, para a Rússia, representa “a oportunidade de agir no âmbito do jus ad bellum [direito à guerra] contra todos os países da NATO”.

“É triste, infelizmente. As previsões do Apocalipse estão cada vez mais próximas”, alertou, ilustrando o seu ponto de vista com uma citação bíblica do Livro do Apocalipse, que dá conta de que “naqueles dias os homens procurarão a morte, mas não a encontrarão; desejarão morrer, mas a morte fugirá deles”.

Medvedev fez ainda uso de uma frase de Vladimir Lenin, revolucionário e antigo chefe do Governo da União Soviética, que afirmou que “somos lembrados enquanto interferimos”, bem como de Nikita Khrushchov, ex-primeiro-ministro da União Soviética, citando que “quer se goste ou não, a história está do nosso lado. Vamos enterrar-vos”.

Sublinhe-se que esta última declaração está envolta em controvérsia, uma vez que muitos alegam ter sido o resultado de um problema de tradução. Na verdade, uma outra versão aponta que Khrushchov pretendia dizer que a União Soviética sobreviveria e duraria mais tempo do que os países capitalistas.

De notar ainda que, na quarta-feira, o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, disse que a recaptura da cidade de Robotyne, reivindicada por Kyiv, abre caminho à contraofensiva ucraniana em direção ao sul ocupado da Ucrânia e à Crimeia anexada pela Rússia.

Além disso, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou que militares ucranianos iniciaram uma operação na Crimeia, na semana passada, tendo ressalvo que é cedo para falar na recuperação daquele território.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 9.511 civis desde o início da guerra e 26.717 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Recaptura de Robotyne "abre caminho" a contraofensiva até à Crimeia

Recomendados para si

;
Campo obrigatório