Junta militar expulsa embaixador francês do Níger

A junta militar que lidera o Níger revogou a imunidade diplomática do embaixador da França e ordenou à polícia para o expulsar do país, no final das 48 horas de aviso, que terminaram na segunda-feira.

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© Balima Boureima/Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
31/08/2023 18:03 ‧ 31/08/2023 por Lusa

Mundo

Níger

De acordo com um comunicado, citado pela agência norte-americana Associated Press, o Ministério dos Negócios Estrangeiros alerta que o embaixador Sylvain Itte "já não tem os privilégios e as imunidades anexadas ao seu estatuto de membro do corpo diplomático da embaixada".

O prazo para a saída do embaixador tinha terminado no dia 28, mas a França não mandou retirar o embaixador, dado que não reconhece oficialmente a junta militar que está a governar o Níger.

O Presidente da França, Emmanuel Macron, disse que o embaixador iria permanecer no seu posto, e criticou duramente os líderes do golpe militar, insistindo que a França não é inimiga do país africano.

Desde que retiraram o Presidente do Níger, Mohamed Bazoum, do poder, os líderes da junta militar têm endurecido o discurso contra a antiga potência colonial, com manifestantes a cantarem "Abaixo a França", muitas vezes em protestos mesmo em frente à base militar francesa na capital, Niamey.

O Níger vive uma crise política desde 26 de julho, quando uma junta militar - autodenominada Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), liderada pelo antigo chefe da Guarda Presidencial, general Abdourahamane Tiani - depôs o Presidente eleito, Mohamed Bazoum (que se encontra em prisão domiciliária desde então), e suspendeu a Constituição.

O golpe de Estado foi condenado pela comunidade internacional e pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que decretou duras sanções económicas e comerciais contra o Níger (membro do bloco antes de ser suspenso) e ameaçou com uma ação militar contra os golpistas para restabelecer a ordem constitucional.

Leia Também: Chefes da diplomacia dos 27 analisam apoio à Ucrânia e golpes em África

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