"O terrorismo não é alguém, não é uma pessoa, não é um cabecilha. Não se pode pensar que morrendo um acabou o terrorismo", disse Filipe Nyusi, fazendo menção à morte de Bonomade, durante uma conferência de imprensa em Maputo, no âmbito da visita do seu homólogo do Gana.
O chefe de Estado alertou para o facto de poderem existir outros rostos e formas de ação do terrorismo no norte de Moçambique e que, por isso, os combates continuam para se travar ou pelo menos mitigar "o mal de uma vez para sempre".
"Não seja equacionado o fim duma pessoa como o fim do romance terrorista", alertou Nyusi, acrescentando que se continuará a "lutar contra o terrorismo, não só em Moçambique, [mas também] de lá onde veio e para onde vai".
O chefe de Estado moçambicano afirmou na última sexta-feira, em Maputo, que o "líder dos terroristas" no país, Bonomade Machude Omar, foi "colocado fora de combate".
Desde o início do conflito, em 2017, pelo menos 30 dirigentes dos grupos insurgentes que protagonizam ataques armados em Cabo Delgado foram mortos, afirmou o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique, Bernardino Rafael.
Ibn Omar, considerado o líder do grupo radical Estado Islâmico em Moçambique, foi visado pela segunda fase da denominada operação "Golpe Duro II", em curso. No terreno em Cabo Delgado, combatem o terrorismo as Forças Armadas de Defesa de Moçambique, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), desde julho de 2021.
A província moçambicana de Cabo Delgado, rica em gás natural, está a ser aterrorizada por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.
O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
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